Merval Pereira, O Globo
A parte mais
sensível do julgamento do mensalão, justamente a que cuida do
envolvimento de políticos na trama criminosa, começou ontem cercada de
fatos que não estão nos autos, mas na vida real: as denúncias atribuídas
ao lobista Marcos Valério publicadas na revista “Veja”, a entrevista do
ex-ministro José Dirceu, réu no processo, afirmando que não pretende
fugir do país mesmo condenado, e o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, dando declarações cuidadosas sobre o envolvimento do
ex-presidente Lula no mensalão.
Fatos da maior relevância que demonstram a etapa delicada da História política que vivemos atualmente.
O
relator Joaquim Barbosa escolheu a dedo começar esta etapa do
julgamento pelo PP, pois é o caso exemplar da compra de apoio político
em troca de dinheiro. Partido que estava na oposição, o PP passou-se
para o governo sem que houvesse nenhum motivo político relevante naquele
momento para a adesão.
Até ali, nosso presidencialismo de
coalizão não estava tão desmoralizado quanto hoje, quando todos cabem no
barco governista a troco de cargos e salários. No início do primeiro
governo Lula, ainda havia uma divisão de partidos mais claramente
definida, e era preciso fazer a maioria à custa de pagamentos.
(...)
Simultaneamente, com o interesse crescente da população, alguns
ministros estão convencidos que as sessões do STF se transformaram em
exemplo de democracia e devem ter um efeito exemplar para os hábitos
políticos do país.
O desfile de mutretas, encontros em quartos de
hotéis, acordos políticos às escondidas em troca de dinheiro serve para
demonizar essas práticas.
Leia a íntegra em A vida e os autos
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