Dora Kramer, O Estado de S.Paulo
Fala-se
que a Procuradoria-Geral da República não conseguiu demonstrar na
denúncia do mensalão a relação de causa e efeito entre pagamentos a
partidos e comportamentos de políticos no primeiro governo de Luiz
Inácio da Silva.
Alega-se que a cronologia de liberação de
recursos não se relaciona de modo perfeito com os painéis de votações da
Câmara e do Senado e por isso não estaria provada a existência de um
esquema de compra de votos.
Mas não se ouve de ninguém palavra
capaz de rebater o que o Supremo Tribunal Federal já decidiu: que o PT
se juntou a um esperto para montar um caixa monumental alimentado por
desvio de recursos públicos e de empréstimos fraudulentos firmados com
instituição bancária cuja estrutura serviu de lavanderia à dinheirama.
Não
se discute também que parte desse dinheiro foi destinada a políticos,
seja na forma de suas pessoas físicas ou jurídicas. Quanto há isso não
há dúvida porque há confissão.
Leia a íntegra em Caixa único
Ordem desunida. O PT, é verdade, precisa fazer alguma coisa para sair das cordas, embora não haja muito a fazer diante do rumo das coisas.
Mas, daí a convocar o eleitorado para defender o partido nas urnas
nessas eleições municipais, já é um risco tremendo. Não fosse também uma
incongruência.
Afinal, onde estaria essa militância disposta a atender ao chamado?
(...)
Pouquíssimo provável que venha a formar exércitos para se jogar numa
"batalha do tamanho do Brasil", como quer a nota divulgada pela direção
do PT, na defesa de réus de colarinho-branco cuja condenação atende
justamente à demanda geral por igualdade na aplicação da Justiça.
Cenografia. Em um mês e meio, acusados, advogados e correligionários saíram do estado da mais absoluta arrogância para a posição de vítimas.
Recorrem a todo tipo de pieguice na composição de cenas de dor e
contrição, invocando prejuízos psicológicos, físicos e familiares nos
quais não pensaram quando cederam às facilidades da ilegalidade e ao
desfrute das recompensas dela decorrente.
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