domingo, 30 de setembro de 2012
CASA NOVA
Carlos Brickmann
O Governo paulista está reformando a Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba. É destinada a presos especiais, que por diversos motivos não devem ter contato com a massa de presidiários. A reforma deve terminar em dezembro.
Como a maldade humana é imensa, já lembraram que coincide com o fim do julgamento do Mensalão e a decisão das penas que serão aplicadas aos condenados.
Se não fosse tão ruim de campanha, o PSDB já teria transformado a informação em mais uma prova de que, ao contrário da presidente da República, o governador de São Paulo não discrimina adversários políticos.
Há dias, Dilma Rousseff irrompeu no horário eleitoral do PT para avisar que a capital paulista só verá a cor do dinheiro federal se o companheiro Fernando Haddad virar prefeito.
A reforma da cadeia de Tremembé atesta que Geraldo Alckmin, bem mais generoso, anda investindo milhões em obras que beneficiam exclusivamente petistas que sonham com a extinção dos tucanos.
Quando for concluído o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal, o presídio estará pronto para acolher com mais conforto ─ ou menos desconforto ─ gente como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Valdemar Costa Neto, João Paulo Cunha, Professor Luizinho, José Mentor e outros hóspedes involuntários. Caso pensasse como Dilma, Alckmin não investiria um único tostão na ideia de tornar mais aconchegante o futuro Pensionato dos Mensaleiros.
Nem por isso vai escapar do radicalismo da turma que votou contra todos ─ nenhum exagero: todos ─ os projetos enviados ao Congresso pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
Assim que se adaptarem ao novo endereço, os recém-chegados vão reivindicar melhores condições de vida na gaiola, começando pela mudança do cardápio do bandejão.
Se Alckmin não deixar claro que há limites para tudo, a população carcerária brasileira acabará usando uniforme vermelho.
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