Ruy Fabiano
Houve um tempo em que a ameaça ao regime democrático consistia na supressão da informação.O deputado André Vargas, secretário de Comunicação do PT, diz que agora é o contrário: a transmissão de informação é que conspira contra a democracia.
Ele vê na transmissão direta pela TV do julgamento do Mensalão uma distorção antidemocrática.
O fato de grande parte da população assistir às sessões do Supremo Tribunal Federal estaria condicionando o voto dos ministros – e condicionando contra o PT, não obstante quase dois terços dos juízes tenham sido indicados pelos governos do próprio partido.
Vargas, como seus companheiros de partido, parece achar que pior que a censura aos meios de comunicação é a sua liberação. E reclama por medidas punitivas aos jornais e jornalistas.
O ex-deputado José Genoíno chegou a equiparar o trabalho da imprensa ao do Doi-Codi, ao tempo do regime militar – a “tortura da caneta”. Lula insiste em tentativa de golpe.
Quem sabe, a partir desse raciocínio, se decida incluir repórteres e editores como réus da Comissão da Verdade?
Nada mais anômalo que a nota divulgada na quinta-feira pelo PT e seus aliados no Congresso. Além de comparar fatos históricos bem distintos e inarticuláveis – 1954 e 1964 com o julgamento do Mensalão -, põe sob suspeita um dos Poderes da República, o Judiciário, e agride a honra pessoal de cada um dos ministros.
Leia a íntegra em Democracia pelo avesso
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