Merval Pereira, O Globo
A manobra da
presidente Dilma para esvaziar a Comissão de Ética Pública, que acabou
gerando a demissão de seu presidente, o ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal Sepúlveda Pertence, mostra bem sua maneira de agir quando
desagradada.
Depois de quase três meses sem se reunir, pois só
contava com dois dos sete conselheiros, sem o quorum mínimo, portanto,
de quatro membros para a realização de sessões, a comissão entrou em uma
crise quando a presidente decidiu, afinal, preencher suas vagas.
O
não preenchimento das vagas passou uma mensagem clara do Palácio do
Planalto: a comissão passara a ser um estorvo para o governo, que não
tinha interesse em pô-la em funcionamento.
Só depois que a imprensa
chamou a atenção para a extinção branca da comissão, a presidente viu-se
na obrigação de preencher as vagas no número mínimo para recolocá-la em
condições de funcionamento.
Cinco mandatos se encerraram nos
meses de junho e julho, e poderia haver reconduções para novos mandatos
em dois casos, os dos conselheiros Marília Muricy e Fábio Coutinho. Nos
outros três, a presidente da República teria, necessariamente, que
nomear brasileiros sem passagem anterior pela CEP, pois já estavam em
seu segundo mandato, como sempre foi praxe na comissão.
Pois ela
nomeou três novos conselheiros e não reconduziu os dois únicos que
poderiam permanecer, justamente aqueles que haviam sido indicados por
Pertence.
Mas não foi isso que os fez cair em desgraça junto ao
Palácio do Planalto, e sim suas atuações em dois episódios envolvendo
ministros do governo Dilma. Ambos atuaram na análise de denúncias contra
o então ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recomendando sua demissão
após denúncia de que seu partido, o PDT, cobrava comissões de ONGs que
tinham convênios com o Ministério do Trabalho.
Leia a íntegra em Dilma e a ética pública
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