Sepúlveda Pertence renuncia à presidência da Comissão de Ética
Luiza Damé, O GloboO presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, logo após dar posse aos três novos conselheiros, Marcello Alencar de Araújo, Mauro de Azevedo Menezes e Antônio Modesto da Silveira, indicados pela presidente Dilma Rousseff no último dia 3 de setembro. Sepúlveda deixou clara sua insatisfação com a não recondução dos conselheiros Marília Muricy e Fabio Coutinho, que poderiam ficar mais três anos na comissão.
- Eu vim aqui exclusivamente para empossar os três membros designados pela presidente da República e demonstrar-lhes a satisfação que tenho com os nomes e, ao mesmo tempo, que isso nada tem a ver com o fato que lhes comuniquei de que, neste momento, estou encaminhando à chefe do governo a minha renúncia às funções de membro e consequentemente presidente da Comissão de Ética - afirmou Sepúlveda.
Foto: O Globo
Sepúlveda vinha dando sinais de constrangimento com a postura da presidente. Primeiro, Dilma demorou a nomear os três novos integrantes, o que inviabilizou a realização de duas reuniões da comissão, marcadas para os dias 27 de agosto e 3 de setembro. Depois, ficou insatisfeito com a não recondução dos dois conselheiros, cujos votos não agradaram a presidente.
- Não tenho nada contra os designados, lamento, devo ser sincero, a não recondução dos dois membros que eu havia indicado para a comissão e que a honraram e a dignificaram - disse.
Marília Muricy sugeriu a demissão do ex-ministro do Trabalho Calos Lupi, em dezembro doa ano passado, por causa das denúncias de irregularidades em convênios da pasta com ONGs, que teriam beneficiado o PDT.
No início deste ano, Coutinho propôs uma advertência ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, devido às consultorias feitas por ele entre 2009 e 2010 para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, que renderam R$ 2 milhões. O processo está parado na comissão.
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(Comentário de Ricardo Noblat: A saída de Pertence tem a ver com a insatisfação de Dilma com a Comissão presidida por ele.
Dilma não gostou de ter tomado conhecimento de decisões da Comissão pelos jornais.
Não gostou de ter demitido Lupi a pedido da Comissão.
Nem da Comissão ter proposto que fosse advertido o ministro Fernando Pimentel, seu queridinho.
Ao se recusar a renovar o mandato de dois conselheiros conforme lhe sugerira Pertence, sabia que Pertence largaria a presidência da Comissão. Era o que ele queria.
Agora Dilma manda também na Comissão.)
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