sábado, 15 de setembro de 2012

OKAMOTTO, TESOUREIRO "PESSOAL" DE LULA E O MENSALÃO

Marcos Valério e o mensalão: Okamotto era o contato dele (3)

Confissões de Marcos Valério à VEJA:
MEU CONTATO ERA O OKAMOTO - Marcos Valério tinha um pacto com o PT, e Paulo Okamoto [tesoureiro informal da família Lula, ex-presidente do Sebrae e atual assessor de Lula no instituto que ele comanda] era o fiador desse pacto. "O papel dele era me acalmar", explica Valério. O empresário conta que conheceu Okamoto na véspera do seu primeiro depoimento à CPI que investigava o mensalão.

"A conversa foi na casa de uma funcionária minha. Era para dizer que eu não devia falar na CPI", relembra.

O pedido era óbvio. Okamotto queria evitar que Valério implicasse Lula no escândalo. Deu certo durante muito tempo.


Em troca do silêncio de Valério, o PT, por intermédio de Okamotto, prometia dinheiro e proteção. A relação se tornaria duradoura, mas nunca foi pacífica. (...) Quando Valério foi preso pela primeira vez, sua mulher viajou a São Paulo com a filha para falar com Okamotto. Renilda Santiago queria que o assessor de Lula desse um jeito de tirar seu marido da cadeia. Disse que ele estava preso injustamente e que o PT precisava resolver a situação.

A reação de Okamotto causa revolta até hoje em Valério.
"Ele deu um safanão na minha esposa. Ela foi correndo para o banheiro, chorando."

O empresário jura que nunca recebeu nada do PT. Já a promessa de proteção, segundo Valério, girava em torno de um esforço que o partido faria para retardar o julgamento do mensalão no Supremo e, em último caso, tentar amenizar a sua pena. "Prometeram não exatamente absolver, mas diziam: Vamos segurar, vamos isso, vamos aquilo... Amenizar", conta. Por muito tempo, Marcos Valério acreditou que daria certo. Procurado, Okamotto não se pronunciou.

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