quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Para especialistas, tese de caixa dois começa a ruir no Supremo

O Globo

A tese usada pela defesa de réus do mensalão de que o crime cometido pelo núcleo político do esquema foi o de caixa 2 para pagar dívidas de campanhas eleitorais se consolida como ilógica e insustentável. A opinião é de cientistas políticos ouvidos na quarta-feira pelo GLOBO.

Para eles, há provas suficientes de que o PT usou o mensalão para comprar apoio político.

O cientista político da Universidade de São Paulo (USP) José Álvaro Moisés disse que a tese adotada pelo PT e pela defesa de réus de outras siglas acusadas de envolvimento no esquema perdeu a lógica.

— A ideia de repasse de recursos de um partido para outros é ilógica. Na democracia, os partidos competem entre si. Assim, você fortaleceria o adversário e isso não existe no jogo político. Não acho que há mais o que a ser discutido sobre esse tema — afirmou.


Os partidos acusados de receberem dinheiro do valerioduto, segundo a denúncia da Procuradoria Geral da República, são PL, PP, PMDB, PTB, além do PT. Com exceção do PL, as outras três legendas apoiaram candidatos que foram adversários do PT na eleição de Lula em 2002, como aconteceu com o PP, que apoiou o candidato do PSDB, José Serra, conforme mostrou a jornalista Míriam Leitão em sua coluna de ontem. 

— Por que o PT pagaria dívida de campanha de quem apoiou seu concorrente na eleição? É uma ideia esdrúxula — acrescentou Moisés.

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