Maria Rita Kehl, a psicanalista petista, mete os pés pelos pés em artigo sobre a segurança pública em SP, já antecipando a campanha eleitoral de 2014. E tem a merecida resposta
Por Reinaldo Azevedo
A psicanalista petista Maria Rita Kehl, agora membro da dita Comissão da Verdade, é uma velha conhecida deste blog.
Sua capacidade de dizer bobagens pomposas que não resistem a dez
minutos de exame dos fatos é espantosa.(...)
No dia 11 deste mês, a PM de São Paulo interrompeu um “julgamento” —
isto mesmo, um “julgamento”! — que estava sendo feito pelo PCC. A
bandidagem se reuniu para decidir se um “acusado” pelo seu tribunal iria
viver ou morrer. A Rota, felizmente, entrou em ação. Nove pessoas
morreram — nenhum policial.
Parece que
isso deixou Dona Maria Rita nervosa. Petista militante, ele não pode ir
além do que tal condição permite, não é? E pensou mais ou menos assim:
“Ora, se só bandidos morreram, nenhum policial, então foi certamente uma
ação injusta da PM”.
Sem o sangue dos policiais, ela não consegue ver
justiça.
Ouvido
sobre as mortes então, o governador Geraldo Alckmin disse uma obviedade:
“Quem não reagiu está vivo”.
Aquela senhora não gostou e escreveu um
artigo para a Folha, publicado no dia 16.
Trata-se do texto mais intelectualmente delinquente
de sua carreira (...)
Alckmin
disse o óbvio: numa ação em que a PM enfrenta bandidos armados até os
dentes — como era comprovadamente o caso —, a única chance de o meliante
não levar chumbo (e não é garantia, claro!) é não reagir.
Se Maria Rita
não sabe a diferença entre troca de tiros e execução extrajudicial, é
compreensível que não saiba a diferença exata entre polícia e bandido.
Aliás, isso parece claro nos estados em que seu partido é governo. A
violência explodiu, especialmente o índice de homicídios. Se bem que ela
parece saber. No artigo em questão, chegou a demonstrar mais simpatia
pelos métodos da bandidagem.
(...)
Bem, na
Folha de ontem, o jornalista Márcio Aith, subsecretário de Comunicação
do governo do Estado de São Paulo, respondeu ao artigo de Maria Rita... ela só tem os
preconceitos; ele lida com acontecimentos comprováveis, com a verdade;
ela se regozija com as mentiras que alimentam a sua luta
político-partidária.
Não há
um só número aí que Dona Maria Rita possa contestar.
Segue trechos do artigo de Aith.
Leia a íntegra AQUI.
Psicanálise de embromação
Quem não consegue distinguir a democracia da ditadura acaba escolhendo a ditadura como se fosse democracia e a democracia como se fosse ditadura.
Quem não consegue distinguir a democracia da ditadura acaba escolhendo a ditadura como se fosse democracia e a democracia como se fosse ditadura.
Kehl
comparou a ação da Polícia Militar de São Paulo contra um grupo de
bandidos fortemente armados, em uma chácara do município de Várzea
Paulista, ao massacre de prisioneiros políticos indefesos da ditadura
militar.
Decretou
que o senso de justiça da bandidagem, no caso de Várzea Paulista,
estaria acima daqueles da PM e do próprio governo do Estado. Isto porque
um tribunal do crime, que na chácara se instalara, “absolvera” de forma
generosa um dos presentes -acusado de estupro, depois morto na operação
policial.
(...)
O Governo do Estado de São Paulo não tolera abuso oficial.
Desde
2000, 3.999 policiais militares e 1.795 policiais civis foram demitidos
por má conduta no Estado (dados até 18 setembro deste ano). Só na atual
gestão, foram 392 policiais militares e 252 policiais civis.
Ao mesmo
tempo, e sem qualquer contradição entre os dois esforços, a Polícia
Militar impediu, e vai continuar a fazê-lo, que o crime se organize e
realize julgamentos ao arrepio do Estado democrático de Direito.
Aqui, o
crime não instala tribunal; aqui, o crime não ocupará funções privativas
do Estado; aqui, o crime não vai dialogar com os Poderes constituídos.
(...)
Segundo os
dados do último anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública do
Ministério da Justiça (2011), a letalidade da polícia paulista é menor
do que a de outros Estados do Brasil, tanto em números absolutos como
nas taxas por 100 mil habitantes.
Em 2010,
morreram 510 pessoas em confronto com a polícia paulista, uma taxa de
1,2 mortos por 100 mil habitantes. No Rio de Janeiro, que tem pouco mais
de um terço da população de São Paulo, foram mortas 855 pessoas em
confronto policial (taxa de 5,3 por 100 mil habitantes). Na Bahia, a
taxa é de 2,2 por 100 mil. Como se vê, a fantasia baseada em distorções
ideológicas não se sustenta quando confrontada com dados.
Maria Rita
Kehl retrata a Polícia Militar de São Paulo como assassina contumaz de
jovens. Pois São Paulo foi o Estado brasileiro que mais reduziu a taxa
de homicídio de crianças e adolescentes (até 19 anos) por 100 mil
habitantes entre 2000 e 2010, segundo o Mapa da Violência do Instituto
Sangari: queda de 76,1%, de 22,3 para 5,4.
Também em
números absolutos, o Estado de São Paulo teve a maior queda nesse índice
entre 2000 e 2010. A redução foi de 2.991 homicídios de jovens e
adolescentes, registrados em 2000, para 651 em 2010.
E o que
aconteceu no Brasil no período? O número absoluto de homicídios de
crianças e adolescentes cresceu 6,8%, entre 2000 e 2010 (de 8.132 para
8.686 casos) e a taxa por 100 mil habitantes subiu de 11,9, em 2000,
para 13,8 em 2010.
(...)
Entende-se:
entre a polícia e os bandidos, parece que ela já fez a sua escolha.
Maria Rita acha que uma luta justa entre Polícia e bandido tem de
terminar em empate -quiçá com a vitória da bandidagem, que ela deve
confundir, em sua leitura perturbada da realidade, com uma variante da
luta por justiça.
A Polícia
Militar salva vidas, Maria Rita. É treinada para proteger a população do
Estado. Atendeu a mais de 43 milhões de chamados em 2011. Realizou 310
mil resgates e remoções de feridos. Efetuou 128 mil prisões. A PM de São
Paulo está entre as melhores do país.
Por isso, o
Estado de São Paulo, segundo o Mapa da Violência, está em penúltimo
lugar no ranking dos homicídios por 100 mil habitantes. A capital
paulista é aquela em que, hoje, menos se mata no país, segundo o mesmo
estudo.
(...)
Maria Rita
Kehl, aliás, tornou-se partidária do julgamento extrajudicial. Ela não
conhece detalhes da ação da polícia, mas já expediu a sua sentença
condenatória, mimetizando, ela sim, os métodos das tiranias. Com uma
diferença. As ditaduras criavam simulacros de julgamento. Precisavam
convencer a si mesmas de sua farsa. Maria Rita não precisa ser nem
parecer justa.
Ela
deveria se envergonhar -mas não se conte com isso, pois está cumprindo
uma agenda partidária -como, aliás, já havia feito nas eleições de 2010.
Desmoralizar a polícia de São Paulo é parte de um projeto de poder.
O Governo do Estado de São Paulo não tem compromisso com o crime.
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