segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Revelações de Valério sobre Lula devem ser investigadas, diz procurador-geral

VEJA revelou que Marcos Valério começou a detalhar o pacto que fez com políticos para tentar penas mais leves
 
Laryssa Borges -Veja

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresenta seus argumentos de acusação no julgamento da AP 470, em 03/08/2012

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta segunda-feira que são “importantes” as revelações feitas pelo publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza sobre o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão e de como o petista sabia de cada detalhe do esquema de arrecadação de recursos e de corrupção de parlamentares no Congresso. Conforme revelou VEJA, Valério começou a detalhar nuances do pacto que fez com políticos para tentar garantir penas mais leves no esquema do mensalão.

De acordo com VEJA, o publicitário também projeta que o esquema criminoso movimentou pelo menos 350 milhões de reais.

O Ministério Público apontou que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais de empréstimos dos bancos Rural e BMG e cerca de 74 milhões de reais desviados do Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil.
“Marcos Valério é uma pessoa que, ao longo de todo o processo, deixou muito claro que é um jogador. Mas é claro que são declarações importantes que devem ser examinadas”, disse nesta segunda Roberto Gurgel ao chegar para a 24ª sessão plenária convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar a ação penal do mensalão.

Para o chefe do Ministério Público, como o ex-presidente Lula não detém mais foro privilegiado, uma eventual investigação deveria ser conduzida em primeira instância. Na hipótese de abertura de um processo a partir das revelações de Valério, Gurgel disse que, em tese, seria possível que o publicitário pudesse costurar um acordo de delação premiada. 

“Delação premiada em novo processo é, digamos, possível. Nesse processo do mensalão não mais”, afirmou o procurador-geral.

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