Miriam Leitão, O Globo
O Brasil não
estava sob ameaça de apagão em 2003.
Quem disse isso, na época, foi a
então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff. O apagão de 2001 foi
o pior momento do governo Fernando Henrique, mas a gerência da crise
pelo então chefe da Casa Civil, Pedro Parente, construiu a solução que
está sendo usada na atual seca: a de pôr as termelétricas como geração
complementar.
A presidente Dilma disse recentemente que o governo
Lula começou sob essa ameaça iminente. Voltou a dizer ontem. Havia muito
a fazer na área energética, mas o risco imediato havia sido afastado
(...)
A nota da presidente ontem foi motivada pela
referência a uma declaração sua, de surpresa da rapidez na aprovação das
MPs 144 e 145, no voto do ministro Joaquim Barbosa. O que a presidente
quer é afastar qualquer ilação de que a rapidez tenha algo a ver com os
estranhos fatos políticos da época.
Entende-se que a presidente
esclareça a natureza da sua declaração.
Difícil aceitar é a repetida
tendência de mudar os fatos históricos sobre a crise no setor
energético.
(...)
Quando a então ministra Dilma assumiu o setor de energia, o
país estava passando por um período de excedente de oferta.
Dilma
fez várias mudanças: reduziu os poderes da agência reguladora, criou a
empresa para o planejamento energético e mudou a regulação do mercado
livre.
Algumas das suas decisões provocaram períodos de paralisia de
investimentos.
Sua gestão teve méritos, mas ela também cometeu erros.
Leia a íntegra em Os fatos depois do apagão
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