domingo, 9 de setembro de 2012

VERDADE CONVENIENTE

Miriam Leitão, O Globo

Quem olhar só os números achará que o governo Barack Obama aumentou o desemprego, o déficit e a dívida. Mas quem sabe o que se passou na história recente americana entende que estourou no colo do presidente uma bomba de efeito retardado. Os republicanos, claro, apresentaram só os números em sua convenção. Os democratas tentaram contextualizar a crise.
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Na política é assim. Cada um conta sua verdade conveniente. Lá e cá. A briga entre o ex-presidente Fernando Henrique e a presidente Dilma mostrou isso.
FH errou ao tentar separar Lula e Dilma. A presidente não estaria em sua cadeira se não fosse Lula.
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Quando respondeu, a presidente desafinou. O país não estava sob intervenção do FMI quando FH entregou o governo. Fora pedido um empréstimo ao Fundo para ser quase todo liberado no governo Lula. Era para ajudar a transição.

A fuga de capitais era medo do velho programa econômico do PT, em boa hora abandonado. Não havia risco de apagão em 2003. Quando Lula assumiu, o problema estava resolvido.
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Dilma disse ter recebido “uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes”.

As reservas eram recorde, a inflação estava sob controle porque foram mantidas as bases do Plano Real de FH.

Os investimentos em infraestrutura foram baixos nos dois governos. Agora, se o crescimento era mesmo “robusto”, a culpa do pibinho dos últimos dois anos recai inteiramente sobre ela. E essa ideia não é conveniente para a governante.

Leia a íntegra em Verdade conveniente

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