Miriam Leitão, O Globo
Quem olhar só os
números achará que o governo Barack Obama aumentou o desemprego, o
déficit e a dívida. Mas quem sabe o que se passou na história recente
americana entende que estourou no colo do presidente uma bomba de efeito
retardado. Os republicanos, claro, apresentaram só os números em sua
convenção. Os democratas tentaram contextualizar a crise.
(...)
Na política é assim. Cada um
conta sua verdade conveniente. Lá e cá. A briga entre o ex-presidente
Fernando Henrique e a presidente Dilma mostrou isso.
FH errou ao
tentar separar Lula e Dilma. A presidente não estaria em sua cadeira se
não fosse Lula.
(...)
Quando respondeu, a presidente desafinou. O
país não estava sob intervenção do FMI quando FH entregou o governo.
Fora pedido um empréstimo ao Fundo para ser quase todo liberado no
governo Lula. Era para ajudar a transição.
A fuga de capitais era
medo do velho programa econômico do PT, em boa hora abandonado. Não
havia risco de apagão em 2003. Quando Lula assumiu, o
problema estava resolvido.
(...)
Dilma disse ter
recebido “uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob
controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas
cambiais recordes”.
As reservas eram recorde, a inflação estava sob
controle porque foram mantidas as bases do Plano Real de FH.
Os
investimentos em infraestrutura foram baixos nos dois governos. Agora,
se o crescimento era mesmo “robusto”, a culpa do pibinho dos últimos
dois anos recai inteiramente sobre ela. E essa ideia não é conveniente
para a governante.
Leia a íntegra em Verdade conveniente
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