Serra iniciou sua maratona num ato com mulheres, acompanhado do governador Geraldo Alckmin, por volta das 12h. Depois, partiu para a periferia da zona norte, na Parada de Taipas. O tucano, que durante toda a campanha enfrentou uma rejeição alta, cumprimentou eleitores e tirou fotos. Mas também ouviu críticas pesadas. "Você só trabalha para os ricos", bradou Adriana Aparecida da Silva, de 36 anos, desempregada, com o dedo em riste. "Você tem o direito de votar em quem quiser", respondeu Serra.
A tensão foi aliviada menos de 30 metros depois. Ao entrar num restaurante, Serra foi abordado por uma cozinheira. De uniforme, ela abraçou e beijou o tucano. Chorou no ombro dele. "O senhor tem caráter, tem honra. E vai ter sempre o meu voto", afirmou Cleonice Alves de Oliveira, 30. De Taipas, seguiu para o Expocenter Norte. Encontrou o prefeito Gilberto Kassab (PSD). Com os rumores sobre os resultados das últimas pesquisas, os aliados já demonstravam abatimento. Incitado a fazer um balanço da campanha, Kassab negou. "Deixa para amanhã."
Serra, no entanto, fez o possível para não externar desânimo. Concluiu o passeio dizendo que pediria votos "até o último instante". "De hoje para amanhã, ainda tem muita gente que vai tomar a decisão", afirmou.Na última coletiva, evitou polêmicas. O jornal "O Estado de S. Paulo" informou que a campanha de Serra usou um cadastro de eleitores da prefeitura para pedir votos por telefone. A administração municipal e a campanha negaram o episódio.
Do ExpoCenter Norte, partiu para Brasilândia. Fez uma caminhada pelo comércio. Em alguns momentos, tropeçou. "Eu estou com muita fome. Mas como um sanduíche no carro e o ânimo volta." Num gesto de esforço, atendeu ao pedido de um motorista de ônibus e entrou no veículo para cumprimentá-lo. "A gente não pode deixar o PT ganhar aqui", disse o homem. "Deus te ouça", rebateu Serra, em tom baixo. De lá, partiu para a Freguesia do Ó. Já escurecia, a chuva apertou e Serra se refugiou em um supermercado. Aproveitou para saudar clientes e caixas. Estava já embaixo do guarda-chuva quando pediu para falar novamente. "Chego amanhã muito otimista."
(Folha de São Paulo)
(Folha de São Paulo)
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