Depois de um primeiro turno que mostrou a ascensão do PSB, a manutenção do PMDB como o maior partido do país em número de prefeituras administradas, e a polarização entre PT e PSDB no maior colégio eleitoral do país entre as capitais - a cidade de São Paulo -, eleitores de 50 municípios voltam às urnas neste domingo para escolher seus prefeitos. Em jogo está um eleitorado de 31,6 milhões, ou 22,5% do país, em alguns dos mais ricos e mais populosos municípios brasileiros.
Em São Paulo, Fortaleza, Campinas e Manaus, o segundo turno seguiu "nacionalizado" dada a atuação de políticos de influência nacional e o empenho pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff em derrotar adversários de partidos de oposição no plano federal.
Entre as 17 capitais em disputa neste segundo turno, cinco devem ser conquistadas por partidos da oposição (PSDB, DEM e PPS). Em outras duas, Rio Branco e Macapá, candidatos do PSDB e do PSOL têm chances de ganhar.
O PT lidera pesquisas em João Pessoa e São Paulo. Já as disputas que o partido trava em Fortaleza e Rio Branco seguem indefinidas, apesar de leve vantagem dos petistas. Em Salvador, Nelson Pelegrino, do PT, enfrenta ACM Neto, do DEM. A campanha foi marcada por ataques violentos de petistas a ACM Neto, incluindo confronto de militantes. Ao todo, o PT concorre em 21 cidades no segundo turno.
O PMDB concorre em 16 cidades no segundo turno, com chances, segundo pesquisas, em Florianópolis, onde enfrenta um candidato do PSD. Nos 50 municípios onde ocorrem eleições, as pesquisas disponíveis apontam que sete disputas, entre elas a de Maringá (PR) e São Gonçalo (RJ) estão empatadas. Em cinco há vantagem de um candidato, mas a disputa segue apertada. Nas pesquisas de 33 cidades que apontam vitória clara de um candidato, o PT aparece na liderança, com oito candidatos. O PSDB aparece com seis. O PMDB tem três.
Em Diadema, na grande São Paulo, o PT corre o risco de sofrer uma derrota simbólica. A cidade foi a primeira prefeitura conquistada pelo PT na sua história. Desde 1982, o partido só não administrou o município entre 1997 e 2000. Pesquisas indicam vantagem de Lauro Michels (PV), sobre o petista Mario Reali (PT), que busca a reeleição. A derrota pode significar um revés na estratégia do PT em dominar as prefeituras da região metropolitana de São Paulo.
PSB - Após as derrotas em Belo Horizonte e Recife, onde petistas perderam para candidatos do PSB no primeiro turno, o PT, tenta neste domingo, mais uma vez anular a crescente influência do partido comandado pelo governador Eduardo Campos. A sigla foi o que mais cresceu nestas eleições. Apesar de ser um dos partidos da base aliada, o PSB passou a ser visto como uma ameaça pelos petistas, que estão inseguros com os eventuais planos de Campos nas eleições de 2014. Para compensar as derrotas no dia 7, o PT passou a investir pesado nas disputas que trava com candidatos do PSB em Campinas, Cuiabá e Fortaleza.
Em Campinas, apesar de viagens de Lula e Dilma à cidade, a vantagem é do candidato do PSB nas pesquisas. O PSB disputa em sete cidades, três delas capitais, e nesta eleição se aproximou dos tucanos, em especial do senador Aécio Neves, que tenta influenciar os socialistas para compor uma eventual aliança em 2014. Os resultados podem mostrar um PSB ainda mais fortalecido.
PSDB - Para os tucanos, o segundo turno deve, após resultados negativos no primeiro (o partido perdeu quase cem prefeituras em relação a 2008), significar um crescimento em praças que costumam garantir boas votações ao PT em eleições presidenciais, no Norte e no Nordeste. O partido concorre em sete cidades nessas regiões, e deve ganhar as eleições em Manaus, Belém, Campina Grande (PB) e Teresina. Tem ainda boas chances em Rio Branco e São Luís.
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Entre as outras siglas, o PDT pode ganhar em duas capitais: Natal e Curitiba. Segue ainda na liderança em Macapá. O PSD concorre em cinco cidades, e tem grande chance de ganhar em Ribeirão Preto e Blumenau. Já para o pequeno e novato PSOL, que conseguiu bons resultados no primeiro turno, a eleição deste domingo vai mostrar se a estratégia de adotar um discurso “light”, adotada em algumas disputas por correntes menos radicais, pode produzir resultados em Belém e Macapá.
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