Não gosto do que chamam de ideais "progressistas", repudio a truculência, a arrogância de achar que têm o direito de vencer sempre uma discussão no grito - quando não é na porrada - da patrulha, do jogo sujo, da usurpação do discurso alheio que acaba cooptando apoios como quem encosta na parede, da cara de pau de lançar programas de terceiros e propagar que são seus, enfim, é um horror.
Mas os pontos positivos não podem ser negados, um deles é que não desistem nem fazem corpo mole.
A militância nunca desanima, como fazem os eleitores de seus adversários.
E o mais importante, lula perdeu uma eleição atrás da outra, era um desastre ambulante, mas ninguém o abandonou.
Nem considero o mau gosto, mas vale a persistência.
Eu acompanho os que consideram a oposição ao PT fraca demais, com raras exceções, como é o caso do senador Álvaro Dias, mas o eleitorado que diz fazer oposição ao PT também não está com essa bola toda.
No primeiro sinal de derrota, pega as malas e se manda para o litoral ou talvez Paris.
Ao invés de assumir com coragem a defesa de um candidato que tenha condições de derrotar o PT, entrega o ouro aos bandidos despejando suas insatisfações com ofensas e xingamentos fora de hora.
Prefere seguir "modinha", ou "tendências" que é mais chic, mesmo sabendo que do outro lado a militância votará em peso no candidato do partido.
Se os políticos precisam mudar, o eleitor também é responsável por seus atos, não tem inocente nesse balaio.
Abaixo, imagens com trechos de matéria de Reinaldo Azevedo
"Mais a petralhada grita, mais animado eu me sinto para a batalha da razão!"
Escrevo, sim, e escrevo com gosto, na contramão de certos consensos porque não tenho satisfações a prestar àqueles que se pretendem meus juízes, ora bolas! Tampouco me deixo patrulhar pelo sentimento de culpa que os petistas pretendem inculcar nos grandes veículos de comunicação, permanentemente acusados de ter preconceito contra o partido. Intimidados pelo clamor militante, alguns deles resolvem provar, então, que seus detratores estão errados, fazendo-lhes a vontade. Comigo, esse tipo de coisa não funciona porque não reconheço a legitimidade daquele tribunal...
Recuso o seu entendimento do que seja Justiça, e os episódios ligados ao mensalão — incluindo a pancadaria promovida pelos fascistoides de José Genoino...
Rejeito o seu modo de disputar eleições, que só entende a linguagem da sujeição dos aliados e da destruição do adversário, que pode passar a ser um amigo no dia seguinte (como ocorre agora com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab) — desde que faça tudo direitinho e que reze segundo a cartilha da hegemonia elaborada pelo partido.
Excomungo o seu jeito de entender as alianças políticas.
Só o petismo tenta transformar esses arreganhos fisiológicos numa categoria política superior.
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Já escrevi aqui: eles querem uma OAB do PT, um sindicalismo do PT, uma economia do PT, uma cultura do PT, uma arte do PT… Execro sua visão autoritária e intolerante, incapaz de conviver com a crítica — de longa tradição da imprensa brasileira que se respeita — e sempre ocupada em buscar mecanismos oblíquos de censura. Abomino o uso descarado que faz o partido dos bens públicos em benefício dos seus e do seu projeto de poder, como se viu outra vez nesta eleição.
Política e políticos assim não me servem e não servem ao país.
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Eu me pergunto: que tipo de gente, que tipo de mentalidade, que tipo, em suma, de caráter usa um caso tão grave e tão dramático como a VIOLÊNCIA para fazer puro proselitismo e para começar a jogar o xadrez da sucessão estadual?
Estamos falando de vidas humanas; estamos falando da tranquilidade (ou desassossego) das famílias; estamos falando da vida de milhares de policiais, da de seus filhos, mulheres, mães…
Com o diabo ninguém pode. Lula consegue tudo o que quer porque a legião que o idolatra já revelou a quem serve.
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