sexta-feira, 30 de novembro de 2012

DISCURSO ENGANA-TROUXA, VAMOS AOS FATOS

A população ocupada em nosso país é de cerca de 22.862.000 brasileiros, portanto, apenas  UM DÉCIMO trabalha para sustentar corruptos e desocupados que não entram nos índices de desemprego.
Enquanto o mundo protesta por empregos, o brasileiro comemora índices forjados e segue sem pudor o mau exemplo de seus líderes.
O discurso ufanista com dados tão vergonhosos e o conformismo de nosso povo mostram que a Era da Mediocridade veio pra ficar.


Brasil fica em penúltimo lugar em ranking de qualidade global de Educação.

No Brasil, SESSENTA E SEIS MILHÕES e setecentos mil (66,7) desistiram de procurar emprego.

CLASSE MÉDIA - só mudou o rótulo, o padrão de vida não melhorou.

Chega a 25% o número de jovens que não estudam nem querem trabalhar.



O falante Lula está em silêncio. E quando fala…

Lá vou eu fazer uma provocação… Depois que o “neoliberalismo de esquerda” — sim, o Brasil inventou essa outra jabuticaba — transformou pobre em “classe média”, decretou-se o fim do pecado ao sul do Equador. Tudo é permitido. Por que essa introdução?
Luiz Inácio Apedeuta da Silva participou ontem de uma solenidade com catadores de papelão. É um homem do povo, vocês sabem. Desde que estourou o mais novo escândalo da República — este que tem a sua amiga Rose como uma das protagonistas —, o normalmente loquaz e buliçoso líder petista se calou. Indagado por jornalistas sobre a lambança, ele afirmou:

“Muita gente não quer entender por que nós tiramos 28 milhões de pessoas da miséria, por que se levou (sic) 40 milhões de pessoas para a classe média, por que se gerou (sic) quase 20 milhões de empregos nesse país. As notícias ruins são manchetes, as notícias boas saem pequenininhas assim”.
É a ladainha de sempre — e mentirosa, como sempre. A verdade está justamente no contrário. O noticiário comprou, por exemplo, a balela desta pujante “classe média” espalhada por cortiços e favelas. O Brasil está prestes a extinguir a pobreza por decreto. Basta mais um mandato petista…
Aí, seguindo a lógica lulo-petista, basta colher uma nova safra de escândalos.
Por Reinaldo Azevedo

JN divulgou e-mails trocados entre Rosemary Noronha e servidores presos. Trechos mostram que nomeação depende de 'PR', que seria Lula.

G1

Sponholz


A Polícia Federal interceptou durante investigações que resultaram na operação Porto Seguro e-mails enviados entre 2009 e 2010 pela então chefe do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, aos irmãos Paulo e Rubens Vieira.

Ambos foram presos pela PF na última sexta (23), durante a deflagração da operação, acusados de integrar um esquema de corrupção e tráfico de influência em órgãos públicos.

Os documentos, obtidos com exclusividade pelo Jornal Nacional, mostram que, no período, Rosemary Noronha disse aos irmãos que usaria a proximidade funcional com o presidente da República à época, Luiz Inácio Lula da Silva, para influenciar na nomeação de ambos para diretorias de duas agências reguladoras.

Rosegate: Ex-chefe de gabinete regional da Presidência pedia favores para pessoas próximas de ex-presidente desde primeiro mandato do petista

Rose quis "ajudar" Genoino e médico de Lula

Fernando Gallo e Bruno Boghossian, de O Estado de S. Paulo

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal em duas operações mostram que a ex-chefe de gabinete da Presidência Rosemary Nóvoa de Noronha fez gestões para ajudar o ex-presidente do PT José Genoino e o médico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, Roberto Kalil.

Interceptações telefônicas mostram que Rosemary Noronha tentou ajudar José Genoino - Denise Andrade/Estadão - 27/11/2008

A Operação Overbox, de 2004, tentava desarticular um grupo que facilitava a entrada de produtos contrabandeados no aeroporto de Guarulhos (SP).

Rose foi flagrada em duas conversas com o delegado Wagner Castilho, um dos responsáveis pela segurança do aeroporto.

Em uma, de 5 de outubro, os investigadores anotaram no relatório uma conversa de ambos em que ela tentava resolver o trâmite de um porte de arma para o então segurança de Genoino, que à época presidia o partido.

"Rose fala que está precisando de duas coisas. Uma é o porte de arma para o motorista do deputado, presidente do Partido dos Trabalhadores". Segundo a PF, Castilho explicou o procedimento e disse que "leva em mãos e se tiver algum óbice resolve". Ela disse que ficaria "no aguardo dessa coisa do Genoino"

No outro diálogo, em 14 de setembro, Rose briga com Castilho. O motivo: ela tentara falar com ele mais cedo porque a Receita Federal havia multado a mãe de Kalil em cerca de R$ 4 mil quando ela chegava ao aeroporto vinda de Paris, na França.

A PF escreveu, na operação Overbox: "Castilho liga para Rose e ela fala que está brava com Castilho, pois precisou de sua ajuda hoje pela manhã. Fala que a mãe do Dr. Calil (sic), médico do presidente, estava voltando de Paris com a filha e amigos e comprou umas roupas. Aí a Receita Federal pegou, abriu as malas, e tiveram que pagar quase R$ 4 mil. Castilho diz que poderia ter ligado; Rose fala que ligou".

Nos autos da Operação Porto Seguro, deflagrada sexta-feira, 23, constam ainda dois e-mails em que Rose cobra do diretor afastado da Agência Nacional de Águas, Paulo Vieira, um favor para Cláudia Cozer, mulher de Kalil e médica pessoal de Rose. Ele deveria acessar Esmeraldo Malheiro dos Santos, consultor jurídico do Ministério da Educação que, segundo a PF, ajudou a quadrilha a obter pareceres favoráveis a faculdades. No assunto do e-mail, constava o dizer: "Faculdade-ES: Dra. Cláudia". O favor a ser feito não fica claro nos documentos.
(...)

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Rosegate: Diploma falso garante emprego de ex-marido

Com diploma falso, Rose emplacou ex na seguradora do BB
Paulo Vieira, ex-diretor da ANA, encomendou certificado acadêmico fajuto para que José Claudio Noronha, ex-marido de Rosemary Nóvoa, pudesse ser indicado a cargo na Aliança do Brasil Seguros, rebatizada como BB Seguros

Ana Clara Costa e Laura Diniz, VEJA Online

Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"

Trecho de e-mail interceptado pela PF na operação "Porto Seguro"

As trocas de favores entre a ex-chefe de gabinete da Presidência da República, Rosemary Nóvoa de Noronha, a Rose, e o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, foram muito além das indicações de cargos.
Ela costumava usar os serviços de seus afilhados políticos para resolver problemas pessoais, como o divórcio e a pensão do atual marido e o diploma de curso superior para o ex-marido, José Cláudio Noronha, de quem ela ainda herda o sobrenome.

Segundo trechos obtidos por VEJA da investigação que deflagrou a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, Rose e Vieira trocaram dezenas de e-mails em 2009 sobre o tema identificado como "diploma para o JCN" – sigla que ela usava para se referir ao ex nas mensagens.
A ex-chefe de gabinete queria indicar o pai de suas duas filhas a uma vaga na Aliança do Brasil Seguros – a seguradora do Banco do Brasil, posteriormente rebatizada como BB Seguros. Noronha, que trabalha como assessor especial na Superintendência da Infraero em São Paulo, não cursou faculdade e, por proibição regimental, não poderia assumir cargo na empresa.

Ciente do obstáculo, Rose não se intimidou. Procurou Vieira para conseguir um certificado falso que permitisse ao marido abocanhar a vaga de suplente no conselho de administração da Aliança, o que já lhe garantiria uma polpuda remuneração.

"Graças a Deus saiu o que eu esperava. Preciso do diploma urgente. Para adiantar, tenho que colocar no currículo a formação. Qual é o nome?”, questionou a ex-chefe de gabinete do governo petista em e-mail enviado a Paulo em 4 de maio de 2009.

Segundo o inquérito, o que Rose tanto esperava era a vaga para seu ex-marido. Ela, aparentemente, demonstrava total desconhecimento do título que Claudio receberia – afinal o que lhe interessava era apenas o papel que lhe permitiria dar prosseguimento à negociação para sacramentar a indicação.

No passo seguinte, coube ao ex-diretor da ANA não apenas forjar o diploma como também obter o reconhecimento oficial do Ministério da Educação (MEC).
(...)

Em novembro daquele mesmo ano, para alívio da ex-chefe de gabinete, o documento foi finalmente registrado pelo MEC – que, na época, era dirigido pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT/SP). Como resultado, o ex-marido de Rose acabara de ganhar um título oficial de Bacharel em Administração de Empresas. Em setembro de 2010, a nomeação de Noronha na Aliança do Brasil foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Como era usual em seus e-mails, Rose agradeceu com um “Finalmente! Obrigada!”

GOVERNO "ESCAMOTEIA" REALIDADE DA INFLAÇÃO

Bruno Villas Bôas, O Globo

O ex-presidente do Banco Central e fundador da Gávea Investimentos, Arminio Fraga, se disse ontem preocupado com os riscos de o governo brasileiro acabar “escamoteando a realidade” da economia brasileira, no longo prazo, com medidas pontuais de controle de inflação.

Ele citou subsídios aos combustíveis vendidos pela Petrobras e “possivelmente” as mudanças regulatórias no setor elétrico do país.

— Temos visto o governo adotar medidas pontuais que têm claramente como objetivo trabalhar o índice de inflação. Isso tipicamente provoca problemas macroeconômicos lá na frente, escamoteando a realidade — disse Arminio, para quem “há bastante tempo” a inflação está acima do centro da meta, de 4,5% ao ano. 

Foto: Fabio Rossi / O Globo

Estatais, potentados do capitalismo e igrejas cristãs financiam o ódio racial

Vídeo sobre cotas prega o confronto racial e de classes

Está no Youtube um vídeo detestável intitulado “Cotas. Essa conversa não é sobre você”. 
Trata-se, lamento dizer, de puro lixo racista. 
A linguagem apela ao confronto, à guerra racial e ao confronto de classe. 
(...)
Assistam. Volto em seguida.




Nem vou me ater à caricatura que se faz dos “brancos de classe média com iates” porque há um limite da boçalidade que nem a crítica alcança. 
O que o vídeo omite de essencial é que a política de cotas estabelece uma hierarquia entre os pobres e transforma indivíduos e suas competências em categorias. Quando se decide que vagas destinadas a alunos da escola pública serão distribuídas segundo o perfil racial dos respectivos estados, cada indivíduo se torna ou vítima ou beneficiário de uma percentagem pela qual não pode responder. 
(...)
Eu me interessei pelo vídeo e decidi fazer algumas pesquisas. Fiquei encantado quando a garota listou, entre o desdém e a caricatura, os hábitos de seus “adversários”: um “mundinho de carros, festas, boates, viagens, iates, tablets, smartophones e muitas outras coisas”… Descobri, dedicando algum tempo à questão, que esse “mundinho” é quem, de fato, patrocina essa peça de propaganda movida pelo ódio. Eu explico.
O vídeo é assinado pela “Rede Nacional da Juventude Negra” (Renajune). Termina com um agradecimento ao Instituto Cultural Steve Biko, que participou de sua feitura. Esse tal instituto recebeu, em 1999, o “Prêmio Nacional de Direitos Humanos”. Bom! Tem, entre seus financiadores, a Chesf (uma estatal), a Worldfund, a Fundação Kellogg, a CESE e o Instituto Nextel. A Nextel, a Kellogg e a Chesf dispensam apresentações. A Worldfund é uma ONG americana que reúne, entre seus 69 financiadores, os seguintes inimigos do capitalismo e do “consumo da classe média” nojenta: Avon Products, Inc; Coca-Cola; Credit Suisse; Fundación Televisa; McDonald’s; Motorola Foundation; Santander e UBS. A CESE se define como “Coordenadoria Ecumênica de Serviços” e é sustentada por organizações católicas e protestantes ditas “progressistas”.
Esta é, aliás, a realidade de boa parte das ONGs que querem mudar, desinteressadamente, o Brasil: trata-se de entidades fartamente financiadas por alguns potentados do capitalismo — embora seus militantes costumem ser anticapitalistas fanáticos, não é mesmo? Tente saber, por exemplo, quem garante o pão e o circo das milhares de ONGs que defendem a natureza… A multinacional Nextel, a propósito, vai começar a concorrer com as grandes da telefonia. Logo estará disputando o mercado dos smartphones também — para os brancos desprezíveis de classe média…
(...)
Acima, o que temos é a mais clara e insofismável expressão do ódio. Parece uma guerra por território. Não por acaso, as últimas palavras da garota são estas: “Agora é tudo nosso! Tudo nosso!”. O objetivo é levar aqueles que eles consideram “o outro lado” a cometer um erro retórico qualquer para que possam, então, gritar: “racismo!”.
Um vídeo em que brancos se referissem a negros em termos parecidos seria denunciado, e o YouTube o retiraria do ar. E os responsáveis ainda seriam denunciados pelo Ministério Público Federal por racismo. Alguma dúvida a respeito?
Por Reinaldo Azevedo

Abaixo, vídeo mostra que caráter e dignidade não têm cor:

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

FAXINA É BALELA - OUVIR MINISTRO É ENCENAÇÃO



Por Gabriela Guerreiro, na Folha:

A oposição conseguiu furar o bloqueio do governo e aprovou nesta quarta-feira (28) convite para Rubens Vieira, diretor afastado da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), prestar depoimento na Comissão de Infraestrutura do Senado sobre Operação Porto Seguro, da Polícia Federal. Senadores governistas haviam fechado acordo com parte da oposição para não chamar servidores do governo a depor sobre o esquema de corrupção, mas o PSDB diz que não endossou o acordo firmado com parlamentares da ala “independente” da Casa.
Como o PSDB preside a comissão, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) aproveitou o início da reunião para aprovar o requerimento. No momento da aprovação, havia apenas Dias, a presidente da comissão, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), e o senador Wilder Morais (DEM-GO). Minutos depois da aprovação do convite, senadores governistas chegaram à sala da comissão. “Em um rápido cochilo do governo conseguimos aprovar pelo menos um requerimento importante. É um convite, mas ficará mal ele não comparecer”, afirmou Dias.
O regimento do Senado não permite a convocação de servidores do segundo e terceiro escalões do governo — por isso a oposição apresentou convite a Rubens Vieira. Mesmo com a possibilidade de recusar o depoimento, a oposição disse acreditar que o servidor afastado do governo compareça ao Senado. “Não temos poder de polícia, não podemos trazer ninguém à força. Mas ele é peça da quadrilha e poderá dizer qual a sua participação no esquema de corrupção”, afirmou Dias. Lúcia Vânia disse que vai entrar em contato com o servidor, que está preso, para marcar a data do depoimento. A intenção da senadora é ouvi-lo na próxima quarta ou quinta-feira. “Eu acho que é muito melhor para ele vir logo falar. O governo sabia que teríamos essa votação, a pauta foi divulgada, mas quando ocorreu a votação não havia ninguém aqui”, afirmou a presidente da comissão.
A comissão também aprovou convite para o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, falar aos senadores. O convite ao servidor já havia sido aprovado ontem pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle do Senado, por isso as duas comissões devem realizar reunião conjunta para ouvi-lo também na semana que vem. Indiciado pela PF na Operação Porto Seguro, Rubens Vieira era diretor da Anac. Ao lado do seu irmão, Paulo Vieira, diretor da ANA (Agência Nacional de Águas), ele é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção por ter pedido a empresários “favores” sugeridos por Rosemary Novoa Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Ela teria exigido vantagens financeiras em troca de ajudar o esquema dentro do governo.








AVALISTA DO SILÊNCIO



Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Nessa altura pouco importa se o ex-presidente Lula sabia ou não sabia se a amiga Rosemary Noronha fazia e acontecia nos escaninhos da administração pública.
A versão de que se sente "apunhalado pelas costas", repetindo a fórmula de escape - "fui traído" - adotada no caso do mensalão, fala por si em matéria de descrédito.
O importante é que se saiba como, quando, onde, por que, qual a extensão e a dimensão das ligações, sob a proteção de quem atuava a quadrilha da venda de pareceres descoberta pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro.
Demissões, pentes-finos em contratos, extinção de cargos, tudo isso é bom e necessário. Mas é insuficiente e ainda soa algo artificial quando se vê o governo preocupado com o estado de nervos da ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo.
Ela perdeu o emprego, as sinecuras da família, tem a vida devassada, não recebeu das autoridades companheiras a atenção que considerava devida depois de mais de 20 anos de convivência e, por isso, seria um perigo ambulante.
Fala-se isso com naturalidade no PT como se fosse argumento aceitável para evitar que Rosemary vá ao Congresso explicar suas atividades.
Admite-se a convocação do ministro da Justiça, do advogado-geral da União, mas aquela que fazia a ponte de negócios em troca de pequenos (ao que se saiba) favores e esteve na comitiva presidencial em 17 viagens internacionais de Lula, não pode ir. Teme-se o "despreparo" e o "destempero" da moça.
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga, não vê motivo para tal convocação e o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto, considera uma "aberração" se pensar em chamar o padrinho de Rosemary.
É de se perguntar por quê. A condição de ex-presidente não faz de ninguém intocável.
O Congresso não é uma masmorra, é Casa de representação popular, foro ideal para esse tipo de questionamento.
Esquisita a preocupação do Planalto em interditar testemunhas.
Se a ideia da presidente é mesmo apurar e punir, em tese seria a maior interessada em acabar com essa história de blindagem e se postar de ouvidos bem abertos no aguardo de revelações úteis.
O incentivo ao silêncio de quaisquer pessoas que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos subtrai confiabilidade dos propósitos saneadores do Palácio do Planalto.

Leia a íntegra em Avalista do silêncio

ENSAIO GERAL PARA BLINDAR DILMA


José Eduardo Cardozo virou agora “supernanny” de corruptos?

Patriotas sérios e de ar compenetrado como José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, já vi muitos. Até a semana passada, ele estava empenhado em “oferecer ajuda”, por meio da imprensa, para São Paulo “enfrentar” a violência. Não ficou claro, até agora, que ajuda seria. Nem precisa. O seu objetivo e o do jornalismo que lhe deu trela era mesmo satanizar a gestão adversária. Deu certo! No coroamento da patuscada, João Santana lançou a candidatura de Lula ao governo de São Paulo.  
Ah, sim: para as demais 26 unidades da Federação com taxas de homicídio superiores às de São Paulo, Cardozo não tem proposta nenhuma… Ao fazer essa lembrança, estou caracterizando uma moral privada e uma ética pública.
Abaixo, reproduzo um post de Lauro Jardim na coluna “Radar”. Volto em seguida.
Cardozo na blindagem
Rosemary Noronha já tem muito a agradecer a José Eduardo Cardozo. Embora não tenha atendido o seu telefonema na manhã do dia da operação Porto Seguro, é ele quem está cuidando da blindagem dela no Senado. Cardozo passou o dia em contato com parlamentares da base aliada. A ordem é: não admitir a convocação de Rose e, se possível, dos irmãos Rubens e Paulo Vieira . Como se sabe, a primeira batalha foi ganha.
(...)
A base aliada já entendeu. Obviamente, o ideal é blindar todo e qualquer membro do governo, mas, se não der para vencer todas, que o Congresso ouça apenas os caciques de AGU, ANA, Anac e até o próprio Cardozo.
(...)
Voltei
Que papelão, não?! O homem que, até a semana passada, se mostrava tão empenhado em supostamente defender os paulistas da sanha dos bandidos; que aparecia em certa imprensa como um espécie de paladino da segurança pública, falando apenas em nome do bem, do belo e do justo, agora se dedica a uma operação partidária das mais mesquinhas: impedir o depoimento da tal Rosemary e, pasmem!, do próprio Paulo Vieira, apontado como chefe da quadrilha instalada no coração do poder.
Aí há sempre aquele que não ligou ainda lé com lé, cré com cré. “Ué, não entendi por que você falou daquele Cardozo da Segurança Pública para poder falar deste outro, que virou supernanny de corrupto…” Eu explico. 
Estou deixando claro que, tanto lá como cá, tanto antes como agora, ele cumpria uma tarefa partidária, não uma tarefa de homem de estado.
Como e por que um ministro da Justiça se mobiliza para impedir o depoimento ao Parlamento de larápios flagrados em delito? Em nome do quê? O PT e os partidos da base não dispõem de líderes na Câmara e no Senado? Se a questão é, assim, tão delicada para o Planalto, há os próprios líderes do governo nas duas Casas. Por que há de ser o ministro da Justiça?
É um acinte que seja Cardozo a assumir essa função quando a Polícia Federal, que conduziu a investigação até aqui, é subordinada à pasta de que ele é o titular. No poder, o PT só não faz coisas de que até Deus duvida porque Deus não duvida de nada; já viu iniquidades maiores. Mas que os homens de bom senso e de boa índole se escandalizam, ah, isso se escandalizam…
Por Reinaldo Azevedo

PRIVATIZE JÁ!

Rodrigo Constantino, O Globo



Milton Friedman alertava que se o governo fosse colocado para administrar o deserto do Saara, em cinco anos faltaria areia no local. O que aconteceria se o governo fosse o empresário em um país com abundância de fontes baratas de energia?

Sabemos a resposta: apagões frequentes, necessidade de importar combustível e energia cara para os consumidores. É importante notar que este resultado não depende tanto assim de qual partido está no poder, ainda que a capacidade de o PT causar estragos maiores não deva jamais ser ignorada. Mas o principal ponto é que o mecanismo de incentivos na gestão estatal é totalmente inadequado.

Quando o empresário depende do lucro para sobreviver no livre mercado, a busca por excelência passa a ser questão de vida ou morte para ele. Manter a elevada produtividade de sua empresa e atender bem à demanda de seus clientes é crucial para ele prosperar. Para tanto, ele terá de estimular seus bons funcionários, e punir os incompetentes.

Já nas estatais, os “donos” somos nós, sem poder algum de influência em sua gestão, que fica sob o controle de políticos e burocratas cujos interesses diferem dos nossos. A troca de favores políticos para a “governabilidade”, o uso da empresa como cabide de empregos para apaniguados ou instrumento de política nacionalista, o descaso com o “dinheiro da viúva”, estas são as características comuns nas estatais.

Não é coincidência a enorme quantidade de escândalos de corrupção que é divulgada na imprensa envolvendo estatais, tampouco o fato de os setores dominados pelo Estado serem os mais precários.
Portos e aeroportos, os Correios, os transportes públicos, as escolas e os hospitais administrados pelo governo, o Detran, os presídios, enfim, basta o Estado intervir muito para estragar qualquer setor da economia.

Quando um partido com mentalidade mais estatizante assume o governo, a situação tende a piorar bastante. A arrogância de que o governo pode fazer melhor do que a iniciativa privada acaba levando a um nefasto modelo “desenvolvimentista”. É o caso do governo atual. A presidente Dilma acredita que é realmente capaz de administrar os importantes setores de nossa economia.

Isso explica a quantidade assustadora de intervenções arbitrárias que tanto mal têm causado ao país. A Petrobras virou símbolo de incompetência, com crescimento pífio da produção e enorme destruição de valor para seus milhões de acionistas.
Seu valor de mercado já caiu pela metade desde 2010, mesmo com o preço do petróleo estável no mundo. Enquanto isso, o valor da Ambev quase dobrou no mesmo período e chegou a ultrapassar o da estatal.

Os bancos públicos se transformaram em instrumentos de populismo, fornecendo crédito barato a uma taxa de crescimento irresponsável, que vai acabar produzindo uma bolha imobiliária no Brasil, tal como vimos nos EUA, na Irlanda e na Espanha. A Caixa expandiu sua carteira em 45% nos últimos 12 meses!

O BNDES virou um megaesquema de transferência de recursos dos pagadores de impostos para grandes empresas próximas ao governo. Grupos como JBS, Marfrig e EBX, do bilionário Eike Batista, receberam bilhões em empréstimos subsidiados.

A Eletrobras já perdeu cerca de 70% de seu valor de mercado apenas este ano, pois o governo resolveu usar a estatal como centro de custo para sua meta de reduzir as tarifas de eletricidade na marra, em vez de cortar os impostos (que correspondem a 45% da tarifa final).

Leia a íntegra em Privatize Já!

MAIS UM NEGÓCIO BILIONÁRIO

Governo teme atuação de Rose na ilha Barnabé
Claudio Humberto

Sponholz

O Palácio do Planalto teme que negócios na ilha Barnabé, no porto de Santos, estimados em R$ 1 bilhão, apareçam entre as atividades de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, flagradas na operação Porto Seguro, da Policia Federal. O governo suspeita que o nome do ex-presidente Lula tenha sido usado por “Rose” para beneficiar grupos interessados nos negócios.


Exportações

Na ilha Barnabé está o maior terminal do mundo para exportação de produtos químicos, especialmente etanol.

Ilha-problema

Um ministro “dilmista” segredou ontem, preocupado: “O problema é ilha Barnabé”. Para ele, a bomba que pode explodir no colo de Lula.

Pergunta na esquina

Além de mandar fechar, Dilma também mandou tirar o sofá da sala do escritório da Presidência da República em São Paulo?

No gatilho

A assessoria do PSDB já está com requerimento pronto para convocar Lula a prestar esclarecimentos no Congresso. Só falta a ordem.

‘A pedido’ amigo

Como Rosemary Noronha foi “exonerada a pedido” e não demitida, conforme prometera o Planalto, ela poderá voltar a ocupar cargo público a qualquer momento. Quando a poeira abaixar, por exemplo.

Explicações

O ex-presidente Lula precisa explicar por que “Rose”, sua influente e insinuante ex-chefe de gabinete, ganhou passaporte diplomático e o acompanhou em trinta viagens internacionais a 23 países.

Clandestina

Nas viagens com Lula ao exterior, Rosemary Noronha nunca constava da lista oficial, até para não ser notada. Os comandantes do Air Force 51 ficavam perplexos e preocupados: e se o avião caísse?

Tolerância continuada

Dora Kramer, O Estado de S. Paulo

A quantidade de “braços direitos” envolvidos em escândalos nos últimos anos não é exatamente um dado que conspire a favor do governo, do PT, do ex-presidente Lula nem da imagem de austeridade da presidente Dilma Rousseff, bordada com canutilho pelo departamento de propaganda do Planalto.

Para citar os casos mais famosos ocorridos em ambiente de Palácio: Valdomiro Diniz era braço direito de José Dirceu, que era braço direito de Lula, que o substituiu por Dilma, que pôs no lugar Erenice Guerra, que caiu na rede da suspeita por tráfico de influência, mesma acusação que fez do braço direito do advogado-geral da União e de pessoa da confiança ex-presidente alvos de investigação da Polícia Federal.

Convenhamos, não é algo trivial. Tampouco a ser desconsiderado no cômputo geral de “malfeitorias” cometidas na antessala do poder central.
Na melhor hipótese demonstra o modo displicente do governo na nomeação de auxiliares, ainda mais quando ocupantes de postos-chave, e a total liberdade com que conseguem atuar longe de qualquer fiscalização ou controle interno.

Nunca são sequer importunados. Invariavelmente são descobertos por denúncias publicadas na imprensa ou por operações de iniciativa da PF.

Essa última, a Porto Seguro, durante longo tempo investigou entre outros o advogado-geral da União adjunto e a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo sem que os superiores deles se dessem conta de suas atividades paralelas.

A polícia levou tempo para recolher provas que pudessem sustentar as prisões e indiciamentos. Mas quem convivia com eles não precisaria de mais que indícios de conduta reprovável para afastá-los das respectivas funções.

E se atuavam livremente é porque ou tinham autorização ou no mínimo se sentiam protegidos pela indulgência dos chefes em alguns casos e, em outros, por temor da retaliação vinda do altar onde se instalavam seus padrinhos.

Não é pequeno nem desprovido de razão o constrangimento do governo/petista com o indiciamento de Rosemary Noronha por corrupção e tráfico de influência.
A moça é poderosa, arrogante e abusa do direito de demonstrar que tem as costas quentes.

Leia a íntegra em Tolerância continuada

Delator cita Dirceu e ministro do TCU

Ex-auditor diz que Paulo Vieira, preso pela PF, mencionou nome de ex-titular da Casa Civil e aponta participação de outros servidores

Fábio Fabrini - O Estado de S.Paulo

Delator do comércio de pareceres em órgãos federais, o ex-auditor Cyonil da Cunha Borges de Faria Júnior afirmou que o ex-ministro José Dirceu teria interesse em processo do Tribunal de Contas da União (TCU) fraudado para favorecer a empresa Tecondi. Em depoimento à Polícia Federal, ele disse que o esquema investigado na Operação Porto Seguro pode envolver mais funcionários do TCU.
Ao relatar conversas que teve com o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira, preso pela PF e apontado como chefe da quadrilha, Cyonil disse ter ouvido dele comentário sobre o ex-titular da Casa Civil. "Recordo-me que Paulo sempre falava que era o César (Carlos César Floriano, dono da Tecondi) que faria contato quanto ao assunto do parecer favorável à Tecondi, sendo que, inicialmente, mencionara que José Dirceu tinha interesse no andamento do processo", disse. O depoimento, em 25 de julho de 2011, foi o segundo prestado pelo ex-auditor, delator do esquema. Ele não foi perguntado e não deu mais detalhes sobre o suposto envolvimento de Dirceu.
Cinco meses antes, Cyonil já citara aos federais a existência de um "suposto esquema de fraudes a licitações e contratos" no âmbito do TCU, com participação de funcionários da Secretaria Técnica e dos gabinetes do ministro José Múcio e do ex-ministro Marcos Vinícius Villaça.
Villaça era relator de um processo sobre supostas irregularidades no arrendamento de área no Porto de Santos pela Tecondi. O terreno de 170 mil metros quadrados, cedido pela Companhia Docas de São Paulo (Codesp), não pôde ser ocupado por falta de licenças ambientais. Com isso, a companhia liberou outros lotes, que não haviam sido licitados - para o TCU, a medida não tem base legal.
Relatórios. Em 2007, Cyonil deu parecer contrário à Tecondi. Dois anos depois, Múcio assumiu a relatoria e determinou nova inspeção. Segundo o inquérito, nessa época, Paulo Vieira, então ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), ofertou R$ 300 mil a Cyonil para que fizesse parecer favorável à empresa. O ex-auditor disse à PF que recebeu R$ 100 mil, mas devolveu o dinheiro e nega ter se corrompido.

O relatório saiu em 2010. Nele, Cyonil confirmou irregularidades, mas fez novas considerações, alertando para a insegurança jurídica a ser criada pelo cancelamento do contrato. "No que toca à proposta inicial de anulação, algumas circunstâncias nos conduzem a entendimento diverso nessa oportunidade, notadamente os investimentos já realizados em curso nas obras do Terminal Tecondi."

Em novembro, baseado em voto de Múcio, o TCU proibiu a Codesp de ceder mais áreas não licitadas à Tecondi. A decisão foi provisória, até que se avaliassem as oitivas dos responsáveis pelos contratos. Embora já tivesse participado de julgamento, Múcio se declarou impedido e deixou o caso.

À PF, o ex-auditor contou ter gravado telefonema com Paulo Vieira, no qual falam sobre "o ministro que teria alegado foro íntimo" para declinar da relatoria e as parcelas restantes da propina, de R$ 50 mil cada. "Utilizo o termo 'livro de direito constitucional do Alexandre Moraes', que significa dinheiro, ou seja, cada publicação da obra representaria a quantia de 50 mil", disse o delator, que entregou a gravação à PF.
O processo no TCU passou a Aroldo Cedraz, que confirmou a medida cautelar em 2011. Em agosto, o tribunal decidiu em definitivo, ratificando as irregularidades e multando os responsáveis.
O TCU informou ontem não ter localizado Múcio. Em nota, disse que acompanha o desenrolar do processo. "Quando oficialmente tomar conhecimento do conteúdo do inquérito, poderá adotar as medidas que se fizerem necessárias." O advogado José Luís Oliveira Lima, que representa Dirceu, não quis comentar o caso, pois não teve acesso ao depoimento. 

Governo monta estratégia para blindar Planalto de respingos da operação da PF

Ordem é levar ministro da Justiça e advogado-geral da União para dar explicações à Câmara e ao Senado
DENISE MADUEÑO - Agência Estado

O governo montou sua estratégia no Congresso para evitar respingos no Palácio do Planalto resultantes da operação da Polícia Federal (PF) que desarticulou uma quadrilha de venda de pareceres técnicos em órgãos federais para favorecer interesses privados. Para reduzir danos políticos e abafar o mais novo escândalo de corrupção atingindo a esfera federal, a ordem é levar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao qual a Polícia Federal é subordinada, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, às comissões na Câmara e no Senado para dar explicações.
Ao mesmo tempo, os partidos aliados vão barrar os requerimentos apresentados pela oposição para convidar os envolvidos nas investigações da PF. "A relação deles é com a polícia", afirmou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP). A estratégia foi acertada nesta terça-feira, 27, em reunião dos líderes da base. A operação Porto Seguro atingiu a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, e o segundo na hierarquia da Advocacia Geral da União (AGU), José Weber Holanda Alves.
(...)
A estratégia de antecipar iniciativas da oposição e levar ao Congresso os ministros para tratar de escândalos da esfera federal foi largamente usada no ano passado com o surgimento das denúncias que envolveram alguns ministros e levou a presidente Dilma a fazer a chamada "faxina" na Esplanada dos Ministérios. Na época, a determinação era evitar que os escândalos atingissem o Palácio do Planalto.

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Cardozo na blindagem


Orientações
Rosemary Noronha já tem muito a agradecer a José Eduardo Cardozo. Embora não tenha atendido o seu telefonema na manhã do dia da operação Porto Seguro, é ele quem está cuidando da blindagem dela no Senado. Cardozo passou o dia em contato com parlamentares da base aliada.
A ordem é: não admitir a convocação de Rose e, se possível, dos irmãos Rubens e Paulo Vieira . Como se sabe, a primeira batalha foi ganha.
O segundo capítulo da guerra será amanhã, na sessão da CCJ. E Cardozo continua na luta. Por isso, está conversando com seus pares e lembrando que o potencial ofensivo de um eventual depoimento de Rose no Congresso é incalculável.
A avaliação é que Rosemary não tem nenhum preparo para suportar a pressão dos opositores ao governo. Além disso, após a operação da Polícia Federal, Rose perdeu o pouco que tinha, menos a solidariedade dos petistas, claro.
A base aliada já entendeu. Obviamente, o ideal é blindar todo e qualquer membro do governo, mas, se não der para vencer todas, que o Congresso ouça apenas os caciques de AGU, ANA, Anac e até o próprio Cardozo.
No caso dos comandantes das agências reguladoras e da AGU, a questão crucial são os pareceres emitidos. E acredita-se que Luís Inácio Adams, Marcelo Guaranys e Vicente Andreu Guillo darão conta de atenuar os danos do bombardeio a que eles seriam submetidos, seja na Câmara ou no Senado.
Já no tópico Rosemary, o risco não está na caneta, mas na língua. Se ela resolver abrir a boca, sai de baixo.
Por Lauro Jardim

Resultado do aparelhamento das agências

O Globo (Editorial)

Logo ao assumir no primeiro mandato, em 2003, o presidente escolheu as agências reguladoras como alvo. Talvez pelo fato de elas terem relação direta com o programa tucano de privatização — tema explorado pelo PT —, não importou que fossem um instrumento inspirado nas boas práticas internacionais de modernização da administração pública.

Nada mais equivocado do que considerar que as agências “terceirizavam” o poder do Executivo. Ora, elas foram criadas como organismos independentes aos governos para, sem qualquer tipo de interferência, fiscalizar a prestação de serviços de concessionários de áreas em muitas das quais houve transferência de empresas públicas para o setor privado e concessão de exploração de serviços a empresas particulares.

Mas o governo Lula acabou, na prática, com a independência das agências, tratando-as como autarquias menores de ministérios, à disposição do jogo político fisiológico de troca de cargos e verbas por apoio no Congresso e em eleições.

O mais novo escândalo patrocinado pelo grupo hegemônico no PT, deflagrado em torno da chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, é um caso de corrupção decorrente, entre outras causas, da degradação das agências reguladoras.

Se elas não houvessem sido atraídas para a órbita do Palácio, continuassem a ser de fato independentes, dirigidas de forma profissional, Rosemary, ou Rose, desembarcada em Brasília na comitiva do primeiro governo Lula, de quem foi secretária pessoal, não teria montado um esquema de tráfico remunerado de influência a partir de agências reguladoras (ANA, de águas, e Anac, agência de aviação civil).

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O FIM (ou os fins) DOS QUE NUNCA SABEM DE NADA



Faltando poucos dias para o anunciado "fim do mundo", as pessoas se mostram tão apáticas que quase nada  se ouve a respeito, nem em tom de brincadeira.
Poucas vozes têm tratado do tema e a que mais me chama a atenção é a dos que creem numa nova tomada de consciência a partir da tal data. Seria o fim de um longo período "em branco", um vazio generalizado que tem envolvido a humanidade e vem dando espaço à uma onda de ações deletérias que assolam o mundo, mas que não despertam praticamente indignação alguma contra quem as pratica. 

No caso do Brasil, há uma década que as denúncias dos piores escândalos da República tem surtido efeito contrário ao que seria o razoável. Chefes do governo que vem protagonizando os mais graves esquemas de corrupção da história podem se dar ao luxo de amarelar, alegando que nada sabem, ou montam o espetáculo das "demissões", ficando assim liberados de prestar qualquer explicação. Todo mundo acredita e poucos questionam os resultados. 

A própria imprensa se encarrega de agir como juiz a favor dessas lideranças e já redige suas matérias afirmando a isenção de quem deveria ser responsável pelos funcionários que nomeia a cargos tão importantes. Foi assim com Lula, está mais contundente com Dilma, principalmente depois da criação do marketing da "faxina".

O caso mais recente, a Operação Porto Seguro, só se tornou público porque um dos supostos envolvidos na maracutaia, por algum motivo, contou tudo à Polícia Federal. Ou, como diz, foi um "louco" que resolveu desafiar a podridão dos poderosos e teve seu nome citado como represália. Lembram do caseiro Francenildo?

O ministro da Justiça, que já havia saído vitorioso no jogo de cena que colocou o governador de São Paulo nas cordas na questão da violência em São Paulo, com amplo apoio do jornalismo chapa-branca, agora provavelmente marca mais um ponto na preferência da presidente para ser indicado a uma futura vaga no Supremo Tribunal Federal depois que a operação da Polícia Federal pegou o braço direito de seu principal concorrente. 
As versões que convêm ao governo estão prevalecendo nos noticiários, tanto em relação ao clima de guerra em São Paulo quanto ao caso Porto Seguro. 
Esse é o jeito PT de fazer política, cujos métodos os demais partidos não têm demonstrado competência à altura para enfrentar, pois para o PT não importa se no jogo pelo poder as vítimas são bandidos, aliados, policiais ou pessoas comuns.

A imagem que fica, no caso da Operação Porto Seguro, é a de um governo que "corta na carne", como também dizia Lula e sua total ausência de escrúpulos em eliminar até mesmo seus companheiros para limpar sua barra. Dilma também só faz a tal faxina na casa arrombada, até então tudo acontece diante de seu nariz impunemente.


Paralelamente aos fatos, entrevista muito fora de hora do marqueteiro do partido define Dilma como vencedora no primeiro turno em 2014. Como a voz do marqueteiro tem se consolidado como a "voz de Deus", já é esperado o amém do eleitorado.

Vejam o que afirma e que logo vira onda na mente de um povo que desaprendeu a pensar por conta própria:
"Dilma está firmando uma imagem vigorosa de grande consolidadora das políticas sociais (quais? as mesmas desde o governo FHC?), de ampliadora de direitos da classe média (quais, afinal?), de reformadora moral (Erenice e Pimentel servem como exemplos?) e modernizadora do país (sem comentários)..."
Não tenho estômago para continuar repetindo o festival de louvações, mas até mesmo pessoas esclarecidas já começam a repetir esse tipo de discurso como um mantra. Aí é que dá desânimo, mesmo.

É assim que as coisas funcionam e é assim que todos vão juntos para o fundo do poço praticamente sem perceber. 
Se o dia da tomada de consciência previsto por alguns não se concretizar e certas falácias continuarem se propagando como verdades, podemos dizer que o marqueteiro do PT se tornou a pessoa mais poderosa do Brasil.