Leio com alguma perplexidade, bastante ceticismo e muitas dúvidas, uma notícia divulgada esta semana no portal G1.
Informa que na região pernambucana, onde o governo federal estabeleceu o Marco Zero da construção da multibilionária obra de transposição das águas do Rio São Francisco, duas pessoas foram presas no começo da semana, apanhadas “na operação de combate a furtos de água na Adutora do Sertão, localizada em uma das regiões mais castigadas pela escassez de chuvas em Pernambuco”.
No texto, detalhes do caso: “os flagrantes foram realizados na segunda-feira (5), no município de Cabrobó, quando a ação começou. Até esta quarta (7), pelo menos 30 ligações irregulares foram suprimidas e quatro mil metros de tubulações clandestinas, retirados”.
A “Operação Água Legal” – seja lá o que isso signifique – em cujo bojo foram efetuadas as prisões, seguia até esta sexta-feira (9, dia em que escrevo estas linhas, da Bahia), com o apoio do Ministério Público e da Secretaria de Defesa Social, por meio da Polícia Militar de Pernambuco.
Os detidos na “operação” seguiam na Delegacia de Cabrobó, sendo interrogados, dando explicações, ou à espera do que mais lhes poderá acontecer “por furtar água da adutora”. Além, evidentemente, dos dissabores e humilhações já enfrentados até ontem.
No caso, mal comparando, superiores aos de vários condenados pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, no escândalo do Mensalão, levando-se em conta que os presos na região da seca nordestina nem ao menos foram julgados ainda.
Coincidentemente, ou não, esta questão grave do ponto de vista humano e social, em Cabrobó, deve ter sido posta sobre a mesa ontem - além de seus limites meramente repressivos e policiais - na reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Nordeste (Sudene), em Salvador, com a participação da presidente Dilma e os governadores dos estados do Nordeste e muitos políticos.
Coincidentemente, ou não, esta questão grave do ponto de vista humano e social, em Cabrobó, deve ter sido posta sobre a mesa ontem - além de seus limites meramente repressivos e policiais - na reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Nordeste (Sudene), em Salvador, com a participação da presidente Dilma e os governadores dos estados do Nordeste e muitos políticos.
O encontro – medidas de combate à seca como item principal da agenda - ocorreu no período da tarde, depois de passagem da presidente da República Dilma Roussef e comitiva, pelo oeste do estado, para inaugurações de afago ao governador Jaques Wagner (PT) em demorada fase de inferno astral na política e na administração da Bahia.
Leia a íntegra em A seca e os 'Ladrões de água'
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