sexta-feira, 9 de novembro de 2012

ENQUANTO AS PALAVRAS DISTRAEM...

O jornalismo vem sendo duramente atacado pelo PT simplesmente porque exerce sua função de informar o que é notícia, e não poderia ser diferente quando se trata do julgamento do Mensalão.


Mas não. No entendimento do partido, a mídia deve ser integralmente pautada por eles. Não bastam as matérias alinhadas à pauta do governo sem comprovação ou questionamento dos dados que são divulgados. O jornalismo, segundo seus critérios, tem que agir em defesa das teses do PT, mesmo que isso signifique defender condenados na Justiça.

A presidente Dilma, muito bem orientada pelos marqueteiros, - responsáveis pela criação de imagem que coopte a confiança das classes que ainda têm resistência a Lula, assim não sobra espaço para os adversários - segue na contramão das declarações do partido.

Os elogios são inevitáveis, mas deveriam ser acompanhados do devido cuidado de observar se suas palavras correspondem às ações.
Um exemplo do que está em curso e pode surpreender os felizes distraídos é o que tenho tratado há algum tempo e pode ser conferido AQUI.

A matéria abaixo confirma que minha preocupação tem procedência:

A nova indicação da presidente Dilma para o Supremo Tribunal Federal. Ou: “Quem é esse Beto mesmo?

Ai, ai, ai… A presidente Dilma Rousseff já começou a receber as indicações da companheirada para preencher a nova vaga no Supremo Tribunal Federal, que se abre com a aposentadoria compulsória do ministro Ayres Britto, que faz 70 anos no dia 18 de novembro. 
(...)
O nome do secretário-executivo da Casa Civil, Beto Vasconcelos, que tem 35 anos, voltou a circular como uma das alternativas. É mais um daqueles supostos jovens gênios do direito que aparecem no petismo de vez em quando – outro é Pedro Abramovay. Não têm obra. Não têm pensamento que possa ser citado. Não têm contribuição ao direito. Não têm experiência. Mas são tratados como verdadeiros “Mozarts” das artes jurídicas. (...)
O que mais me intriga no jornalismo companheiro – sim, refiro-me a amplos setores da grande imprensa que perderam o medo da felicidade e deixam seu petismo correr a céu aberto – é omitir que Beto Vasconcelos, ainda que fosse um  gênio, formado ali na estufa da burocracia, é filho de Gilberto Vasconcelos, que foi companheiro de Dilma nos grupos terroristas Colina e VAR-Palmares. Aliás, foram presos juntos. 
(...)
É isto. O pai de Beto foi companheiro de Dilma nas duas organizações terroristas de que ela participou: o Colina e a VAR-Palmares. 
As pessoas daquele tempo são muito unidas. Já confessaram orgulho do seu passado e coisa e tal. Por que alguém se orgulharia de ter tentado implementar uma ditadura no país? Isso é lá com eles. O que causa espécie é essa mania de Dilma de confundir a própria história com a história do país.
Leio na Folha que Beto, na verdade, está de olho em outro cargo – até ele deve achar absurda a hipótese de que possa ir para o Supremo. Estaria torcendo para que Luís Inácio Adams vá para a Casa Civil, deixando pra ele a Advocacia Geral da União. 
Ainda na Folha: “Adams apresentou dois nomes à presidente [para o Supremo]: o promotor Paulo Modesto e o tributarista Heleno Torres, ambos com atuação no Nordeste. A candidatura de Modesto foi abraçada pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e pelo jurista Celso Bandeira de Melo. O porém está na sua passagem pela gestão Fernando Henrique Cardoso, como assessor ministerial.”
Bem, se o Cardozo “abraçou” uma candidatura, já há aí uma boca notícia: não será Cardozo!!! Sendo como se diz acima, vejam que coisa: Modesto passou pela gestão FHC!!! Ah, isso o desqualifica… Entendi. Tanto quanto o petismo e a fidalguia de esquerda qualificam o “Beto” para a Casa Civil, a AGU e o Supremo, quem sabe a Corte Internacional de Justiça de Haia…
Tenham paciência!
Por Reinaldo Azevedo

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