sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quem esconde bandidos em casa não deve procurá-los no porão do vizinho

Blog do Augusto Nunes

No peito de assassinos da verdade e da gramática também bate um coração, comprovou o SMS enviado ao governador Sérgio Cabral, em 17 de maio deste ano, pelo deputado federal Cândido Vaccarezza.

“Você é nosso e nós somos teu”, derramou-se o fecho do recado cafajeste, reproduzido e comentado na seção História em Imagens.

Como as investigações da CPI do Cachoeira haviam topado com as ligações criminosas entre o quadrilheiro goiano e o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da construtora Delta e o mais perdulário amigo de Sérgio Cabral, o deputado do PT paulista acionou o celular para livrar da insônia o governador do PMDB.

Virtualmente encerrada, a comissão de pilantras e idiotas (leia o post na seção Vale Reprise) só serviu para confirmar uma advertência formulada pela coluna em maio passado: quem esconde bandidos em casa não deve procurá-los no porão do vizinho.


Foi o que fez o ex-presidente Lula ao conceber a CPI que serviria de armadilha para a captura dos inimigos Demóstenes Torres e Marconi Perillo. De quebra, imaginou o estrategista trapalhão, o berreiro no Congresso evitaria que os holofotes se concentrassem no julgamento do mensalão.

Deu tudo errado: em parceria com José Dirceu, Lula acabou armando uma arapuca onde se enfiaram, além do senador do DEM e do governador do PSDB, também os companheiros Sérgio Cabral e Agnelo Queiroz, o empreiteiro Fernando Cavendish e outros fregueses da Delta.

Ao seguir o caminho traçado pelo estrategista trapalhão para alcançar o coração do poder em Goiás, a CPI desembocou na trilha que margeia o penhasco.
A solução encontrada pelos comandantes da tropa lulopetista foi enterrar o aleijão em cova rasa, declarar vitória e bater em retirada.

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