A fala infeliz pronunciada por um ministro tem motivado a criatividade do brasileiro. Os comentários que lemos e ouvimos aproveitam a frase para denunciar outros setores que se encontram em situação tão lamentável quanto a do sistema prisional, cuja responsabilidade também é, em grande parte, do governo federal.
É evidente que o mote lançado pelo ministro se trata de uma ação orquestrada para criar uma onda de comoção nacional que, de alguma forma, favoreça os condenados do partido, mas desta vez duvido que funcione.
A charge acima mostra o que poderia dizer o Ministro da Educação.
Muita gente lembra também que falta o Ministro da Saúde dizer que prefere morrer a ser internado em um hospital público, o da Economia que prefere morrer a ter que pegar empréstimo na Caixa ou no Banco do Brasil e ser penalizado com suas taxas de juros abusivas, o Ministro dos Transportes em relação às estradas que matam mais de trinta mil pessoas por ano (exceto as paulistas que são exemplares), o das Minas e Energia e os apagões diários, e assim por diante.
O PT está no poder há dez anos, boa parte desse tempo contou com a economia mundial nas alturas, o que poderia ter alavancado nossas contas e contribuído para zerar as carências cujos números indicam a precariedade dos serviços, da infraestrutura e das condições de vida da população de um modo em geral. Só agora percebem que não fizeram absolutamente NADA?
Se o ministro sugere o suicídio, saiba que quem está com a corda no pescoço é o povo endividado. Não sei como alguém ainda acredita na ladainha dos milhões que ingressaram na classe média, que o país mudou pra melhor, que não existe miséria no Brasil, concluindo, que ninguém mais precisa de ajuda no País Maravilha.
Pesquisa divulgada recentemente, entretanto, mostra a insatisfação do brasileiro com a qualidade dos serviços públicos. Chega a 78% a avaliação negativa na saúde, por exemplo. A quem esses entrevistados atribuem a responsabilidade por essa situação tão ruim?
Aos "prefeitim"?
Os coitados vivem com o pires na mão, como costumam dizer, e não contam mais nem com a "embromation" da presidência da República, como fazia Lula. Esta semana estiveram em Brasília e nem foram recebidos por Dilma.
Faz bem quem os defende diante do descaso do governo federal que abocanha a maior fatia do que os municípios arrecadam. Essa é uma das bandeiras mais importantes para uma distribuição justa de recursos e de responsabilidades. Do jeito que está, os prefeitos só ficam com o ônus de ter que cumprir suas obrigações, mas a grana não chega.
O interesse do Executivo, diga-se Dilma, é ter todos na palma da mão, assim como faz com a indústria, que já se tornou refém da vontade do governo. O cortejo dos bajuladores está cada dia mais parecido com um funeral. Pensaram que teriam alguma vantagem agindo assim, mas o que interessa ao partido que está no poder é enfraquecer o setor privado para concentrar tudo nas estatais. Quem produz, no Brasil, está "morrendo" por asfixia.
O imediatismo dos que não enxergaram isso revela a falta de visão de futuro. Talvez, por este motivo, mereçam o destino que o governo lhes reserva.
O mesmo fazem os "prefeitim", passaram anos indo a Brasília de joelhos. Só faltava entoarem o tal "Olê, olê, olá, Dilmá", se é que não fizeram isso. E nas campanhas estão quase todos nos palanques de quem enfia suas cabeças no fundo do poço.
A imprensa corre o risco de seguir o mesmo caminho, poucos têm coragem de resistir às pressões (ou pre$$ões, ou seriam preções) do Poder, a maioria já aderiu há tempos à pauta do governo.
Assim se comportam outras instituições que exercem grande influência na opinião pública, o que justifica o grau de desinformação que reflete nas pesquisas que anunciam altos índices de popularidade dos que têm governado o país apenas com jogadas de marketing.
A brincadeira com as mazelas de nosso país faz parte de nosso "jeitinho", a passividade de quem sofre com a violência do crime organizado e dos bandidos de colarinho branco e, com tudo isso, não reage, também é uma característica do brasileiro que não tem a fibra de outros povos.
Enquanto populações de outros países saem às ruas reclamando da falta de empregos, SESSENTA E SEIS MILHÕES de brasileiros, excluindo crianças, idosos e doentes, comemoram o fato de não precisarem trabalhar. E nem sentem vergonha disso.
O mundo protesta para derrubar tiranos e corruptos, o brasileiro elege os patrocinadores da corrupção.
Esse é o Brasil da piada pronta.
Ria quem puder.
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