terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A MÍDIA QUE O PT ACUSA DE "GOLPISTA", NA VERDADE É MAIOR TORCIDA A FAVOR DO PARTIDO, MESMO QUANDO CRITICA

O ex-presidente Lula sofreu sucessivas derrotas até conseguir a primeira vitória, foram mais de dez anos tentando se eleger e só conseguiu porque a torcida da imprensa ajudou a vender a imagem do "lulinha paz e amor", um personagem fabricado para tentar disfarçar sua natureza truculenta que assustava o eleitor.

Diante dos escândalos que vêm sendo divulgados desde que o PT assumiu o poder, o que faz a tal mídia, massacrada pelos petistas?

Ao mesmo tempo que informa, é sua obrigação, há um esforço descarado para ajudar o partido a dar a volta por cima, como fizeram em 2005, no auge do Mensalão, longe da contundência apresentada nos noticiários quando se tratava de outros partidos na presidência da República.

Lembram dos plantões do Jornal Nacional que interrompiam a programação, com aquele fundo musical marcante, para chamar a atenção do telespectador sobre denúncias ou ações fracassadas de governos anteriores?

Vejam como agora a relativização do crime e a proteção aos responsáveis pelos desmandos da política no Brasil contaminaram até mesmo os grandes jornalistas:

TEMPO DE AVANÇAR E TEMPO DE REAJUSTAR
Por Carlos Chagas


                                                        Estranho, esse alerta do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República: “em 2013, o bicho vai pegar!”
                                                        Porque se o bicho está solto, no caso  pretendendo pegar o PT e o Lula, seria bom lembrar o mote  de que “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come”. A solução é encará-lo, partir para cima dele de forma atabalhoada,  com resultados mais do que previsíveis sobre a força  de suas garras e presas?
                                                        Tem uma solução. A única, aliás, capaz de salvar o partido e seu chefe: domesticar o bicho. Transformar o tigre num gatinho, com paciência e firmeza.
                                                        Como? Renovando o PT e segurando o Lula. Porque correr não vai adiantar nada. Nem ficar, se não mudarem.  É definitivo o  desgaste sofrido pelos companheiros desde que chegaram ao poder. Importa menos saber se cederam à tentação ou se, desde o início, planejavam ocupar as estruturas do Estado visando satisfazer seus anseios mais baixos. Nomeações aos milhares, sem a contrapartida da competência para exercer a maioria das funções. Negociatas sem fim, apropriando-se da máquina administrativa oficial para engordar não só os cofres do partido, mas o bolso de seus dirigentes e penduricalhos. Acima de tudo, porém, descaso diante das  promessas anteriores de mudar o país, coisa que o assistencialismo jamais conseguirá realizar.
                                                        Do que o PT precisa para não ser devorado  é renovar-se. Substituir lideranças envolvidas em práticas que abominava antes de chegar ao governo. Buscar inspiração nos ideais de sua fundação e encontrar gente disposta a recuperar o tempo não propriamente perdido, mas empregado nessa lambança tornada pública e que agora acirra o apetite do bicho.
                                                        Quanto ao Lula, melhor faria se mergulhasse algum tempo na meditação de seus erros e na lembrança de seus acertos,  para reaparecer mais tarde reciclado e pronto para recomeçar.  Será cruel lançá-lo agora em caravanas percorrendo o país, tendo  esquecido as origens e sem lembrar dos desvios em que se meteu. Um  Lula  diferente do atual  daria certo depois de razoável quarentena. O mesmo, agora, apenas  fornecerá carne para o bicho.
                                                        Em suma, o diagnóstico de Gilberto Carvalho acerta no varejo mas erra no atacado. Nas grandes batalhas, há tempo de avançar e tempo de reajustar dispositivos.

É INÓCUO  MATAR O MENSAGEIRO

                                                        Séculos  atrás, era comum  reis, imperadores e  déspotas de toda espécie mandarem matar o mensageiro que lhes trazia más notícias.
                                                        Pois não é que  tanto tempo depois,  a moda voltou? No PT e no governo aumenta a tendência de culparem  a imprensa pelas denúncias divulgadas a respeito de seus  malfeitos. Identificam uma conspiração da mídia.  Atribuem aos jornais, revistas, televisões e emissoras de rádio a culpa pelo conteúdo que apresentam. Caso não se referissem ao mensalão, à Operação Porto Seguro e às propostas de Marcos Valério e Carlinhos Cachoeira, só para ficarmos nos fatos mais recentes, nada estaria abalando suas boas intenções e suas realizações.
                                                        Por conta disso aguarda-se no Congresso  nova campanha pela adoção de medidas restritivas da liberdade de imprensa. Que exageros acontecem, nem há que duvidar, mas para puni-los e  coibi-los existem a Constituição e as leis. Além do Poder Judiciário.

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