Segundo ele, denúncias são um ‘escândalo vergonhoso que emporcalha a imagem do Brasil’
Sem maioria sequer para vencer a blindagem do governo e aprovar a convocação dos envolvidos no escândalo da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF), o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), anunciou nesta segunda-feira a disposição de defender, na bancada do seu partido, a criação da CPI de Rosemary Noronha, para investigar as denúncias sobre a venda de pareceres fraudulentos por autoridades do governo federal. No discurso, fez duros ataques também ao governo da presidente Dilma Rousseff.
- Esse é um governo desonesto! Esse é um governo desavergonhado! Esse não é um governo, mas é um desgoverno para a infelicidade do Brasil! - disse o senador.
O PSDB decidiu apertar o cerco aos envolvidos depois do encontro da Executiva do partido com prefeitos e lideranças políticas liderados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília. Dias disse que chegou a hora do Congresso cumprir sua parte na Operação Porto Seguro. Quando estourou o escândalo do mensalão, o PSDB e outros partidos de oposição foram criticados por não ousar pedir o impeachment do ex-presidente Lula.
- Nós não estamos cumprindo o nosso dever. Sem dúvida esse escândalo vergonhoso, que emporcalha a imagem do Brasil no exterior, já com repercussão na imprensa internacional, esse escândalo de baixo nível, que expõe uma postura descabida de quem preside o País, antes e agora. Porque os fatos são anteriores, mas se repetiram durante esses últimos anos em que está na Presidência da República a senhora Dilma Rousseff. Ensejaria, sim, a instalação de uma CPI no Senado Federal - defendeu Alvaro Dias, atacando também a presidente Dilma, nova estratégia do partido.
O próprio Alvaro Dias reconhece a dificuldade de aprovar a criação de uma CPI desta natureza, e pode ser acusado de estar buscando holofotes. Se for uma CPI só do Senado, o tucano precisará do apoio de parlamentares da base para conseguir as 27 assinaturas de apoio a seu requerimento.
- Vamos buscar dos governistas dignos a sua assinatura para que possamos instalar a comissão. Ou dizer à opinião pública quem concorda com esse macro sistema promíscuo onde se instalou um balcão de negócios para governar, onde se premiam desonestos, e mostrar aqueles que não concordam com isso - discursou o líder, completando:
- Teria essa quadrilha – é suposição, não é afirmação – contaminado o processo de privatização dos aeroportos brasileiros? Seria essa quadrilha responsável pelo resultado da licitação? O desdobramento das investigações deve, certamente, levar em conta essa suspeição. É preciso investigar.
A CPI, se for instalada, diz Alvaro Dias, teria como objeto investigar, além da venda de pareceres em altos órgãos públicos, por que a Operação Porto Seguro não foi deflagrada durante a campanha eleitoral deste ano. Mas elogiou a Polícia Federal, que em sua avaliação demonstrou independência ao desbaratar a quadrilha.
- Durante a campanha eleitoral, em São Paulo, a presidente Dilma tinha esse escritório como uma espécie de bunker para a análise do desempenho do candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, e tratava de assuntos referentes à campanha eleitoral - criticou Dias.
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