sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

AS ESCOLHAS DE DILMA

Michel Temer, o vice escolhido por Dilma mesmo envolvido em denúncias, como no caso da Operação Castelo de Areia, é conhecido como um dos chefões do Porto de Santos. 

Operação Castelo de Areia é uma operação da Polícia Federal deflagrada em 2009 que investigava crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Temer é citado 21 vezes nos registros da investigação como um dos beneficiários no que chamam de contabilidade paralela (propina). 

Michel Temer também aparece como suspeito num processo judicial que revela um esquema de propinas arrancadas de empresários que lidam com o Porto de Santos.

Com a adesão ao PT e a conquista do posto de vice de Dilma, todas as denúncias feitas até então por.... petistas, foram jogadas para debaixo do tapete, como aconteceu com os escândalos de MERCADANTE, ERENICE GUERRA e PIMENTEL.

O que esperar dessa combinação explosiva: má gestão e corrupção?

Assim como o Brasil começa a perceber que os avanços obtidos com o Plano Real estão se desintegrando nesses dez anos de governo petista, a atuação de Temer no Porto de Santos é responsável pelo atraso no setor.

Dilma e Temer, que dupla!

Para conhecer um pouco da história do Michel Temer na CODESP, leia um post de 2011, do Ângelo da Cia.

MICHEL TEMER e CODESP: Uma história longe do fim


Michel Temer foi escolhido como candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff por dois simbolismos: Em primeiro lugar seria "o legalista", alguém para proteger o país e suas instituições de possíveis e eventuais arroubos autoritários de Dilma, uma ex-guerrilheira de quem se duvidava muito de sua conversão ou capacidade de conter os radicais do PT. Por outro lado, Michel Temer representaria uma elite peemedebista não integrante do triunvirato do horror: oligarquia regional-escândalos-currais eleitorais. Num partido que fundou sua lealdade a Lula em figuras como Renan Calheiros, José Sarney e Jáder Barbalho, Michel Temer realmente parece um primor de estadista.

Porém a imagem de distanciamento de Temer dos métodos peemede-lulistas parece estar com os dias contados. Graças a um inquérito que chegou ao STF, noticiado hoje pela Folha de São Paulo:
"O vice-presidente Michel Temer é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal sob a suspeita de participar de um esquema de cobrança de propina de empresas detentoras de contratos no porto de Santos (SP)."
O inquérito nas mãos do STF é somente parte da longa e agora distante história de Michel Temer com a Companhia Docas do Estado de São Paulo. Trata "apenas" da suspeita de pagamento de propina na gestão de Marcelo de Azeredo. Mas a história de Michel Temer com a Companhia remonta ao fim dos anos 90, em pleno Governo FHC, quando ele indicava o presidente da Companhia.

Desta época também existiram 5 inquéritos no TCU referentes à presidência de Wagner Rossi, atual Ministro da Agricultura que está no cargo desde o fim do Governo Lula. Wagner Rossi é ainda mais ligado ao atual vice-presidente Michel Temer do que Marcelo de Azeredo, principal acusado no caso em análise pelo STF.

Wagner Rossi assumiu a CODESP em Setembro de 1999 após curto comando de Paulo Fernandes do Carmo, mas ficou também por pouco tempo no comando da Companhia, apenas 1 ano. Ainda assim foi o bastante para ter seu nome incluído em relatório do Tribunal de Contas da União onde apontou-se acréscimo de 141% num contrato de ampliação do Porto de Santos. A Lei permitia aditamentos de 25% no máximo. O processo referente a esta irregularidade no TCU pode ser visto parcialmente aqui, onde se lê que o TCU aplicou uma multa a Marcelo de Azeredo no valor de R$10 mil. Foi a ex-mulher de Azeredo em 2001 quem deu a partida para a descoberta do pagamento de propinas que agora está sendo examinado no Supremo Tribunal Federal.


A curta gestão de Wagner Rossi na CODESP também foi responsável por 3 contratos de arrendamento de áreas públicas a empresas privadas sem licitação. ( Reportagem aqui para assinantes Folha). Esta descoberta veio à tona em carta enviada ao Conselho de Autoridade Portuária pelo ex-diretor da Codesp Rubens Fortes Antônio e motivou inclusive representação ao Ministério Público Federal feita pelo então vereador santista Fausto Figueira.

Desta distante época em que petistas faziam barulho por qualquer suspeita de corrupção, também cabe aqui destacar o papel de outra política petista de Santos: A ex-prefeita, ex-deputada federal e agora deputada estadual Telma de Souza. Em 2001, em meio à troca de acusações entre peemedebistas e o senador ACM, o baiano municiou-se de 5 processos do TCU que envolviam Wagner Rossi e sua passagem pelas Docas para atacar Michel Temer. Foi o que bastou para Telma de Souza percorrer o Congresso em busca de assinaturas para uma CPI dos Portos.

Como nós sabemos, Michel Temer e o PT mudaram muito desde aquela época. O atual vice-presidente era ligado ao Governo FHC, foi cogitado como vice de José Serra em 2002, teve papel decisivo na atrapalhada declaração de apoio do casal Garotinho a Alckmin no segundo turno das eleições 2006( Foi em 2006 que a Polícia Federal instaurou o inquérito que chegou agora ao STF ) e, agora, é benquisto pelo PT, praticamente um progressista.

É de se esperar que a visita aos arquivos e processos da CODESP revelem um Michel Temer muito distinto daquele que o governismo vendeu durante a campanha.

Enquanto não temos acesso aos dados investigados pelo STF e a todos os processos no TCU, cabe aqui perguntar aos petistas que apontavam roubalheiras há muito tempo e pedir que compartilhem conosco as informações que motivaram seus pedidos de investigação do passado.

Fausto Figueira não ocupa mais nenhum cargo eletivo, recentemente foi presidente de uma Fundação do Porto de Santos e agora diz que não vai mais disputar eleições, mas tem um twitter e seu site ainda ativos.

Telma de Souza pode ser contatada pelo Twitter ou pelo seu gabinete na Assembléia Paulista: (11) 3884-9210.

Eles devem nos ajudar, a não ser que achem que o que era roubalheira no passado tenha sido legalizado no presente.

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