domingo, 2 de dezembro de 2012

Braço-direito, uma maldição em governos do PT

(A matéria abaixo esqueceu de citar Palocci)

Paulo Celso Pereira, O Globo


Primeiro foi Waldomiro Diniz, então braço-direito de José Dirceu. Um ano depois, foi a vez do próprio Dirceu, principal ministro do presidente Lula. Até a presidente Dilma Rousseff enfrentou de perto a maldição do número dois, quando Erenice Guerra, sua assessora mais próxima durante oito anos, foi pega em traficâncias suspeitas. Nos últimos dez anos, com frequência alarmante chegam às páginas notícias de que o principal assessor de uma alta autoridade do governo federal foi pego em irregularidades.

Há dez dias, foi a vez de Rosemary Noronha chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo e do advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda, serem acusados de participar de uma quadrilha que negociava pareceres de órgãos federais. 
Rosemary ganhou o cargo pelas estreitas ligações que mantinha com o ex-presidente Lula, e foi mantida pela presidente Dilma. 
Segundo aliados, a primeira declaração de Lula teria sido semelhante à de quando seu governo foi pego no mensalão: “Eu me senti apunhalado pelas costas...”.
(...)

A existência de 22 mil cargos de livre nomeação no governo permite que militantes políticos sem qualquer compromisso com o Estado assumam posições decisivas. Na opinião do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, esse aparelhamento explica casos de corrupção:
— Quando você abre a porta e deixa um zé-ninguém atuar, com a nomeação de militantes incompetentes e corruptos, acaba abrindo um flanco muito amplo para problemas no seu governo. Você tem o caso da Rose que queria emplacar o marido, mas como ele não tinha diploma e o cargo exigia, ela apelou ao Paulo Vieira e comprou um diploma falso.

Lazzarini lembra que pouco se fala em simplificar as regulações do Estado, o que diminuiria o espaço para as ações de tráfico de influência:

— O processo mais transparente é menos propenso a ter corrupção. Quando você tem um emaranhado grande, obviamente você tem que saber com quem vai falar. Há uma tendência de se blindar os caciques e deixar para os assistentes fazerem a intermediação...

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