Na reabertura do mercado brasileiro após o feriado, as ações da Eletrobras voltaram a afundar nesta quarta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), e registraram sua maior perda em mais de duas décadas, no segundo maior tombo de sua história.
Os papéis preferenciais de classe B (PNB, sem voto) recuaram 20,08%, a R$ 7,84, o menor valor desde maio de 2004. Essa perda é superada apenas pela de 23,53% registrada em 15 de janeiro de 1990, quando os papéis eram negociados na antiga Bolsa de Valores do Rio, o Brasil lidava com a hiperinflação e José Sarney era o presidente. Já as ações ordinárias (ON, com voto) chegaram a cair 18,35% e terminaram em baixa de 15,73%, a R$ 6,75, o menor preço desde setembro de 2003.
Desde a publicação da medida provisória (MP) 579, em 12 de setembro, a maior companhia do setor elétrico do país derreteu 57,94% na Bovespa.
A MP renova as concessões do setor elétrico impondo uma forte queda nas tarifas de energia e, consequentemente, nas receitas das empresas. Segundo analistas, foi o que levou investidores brasileiros e estrangeiros a continuarem a se desfazer das ações da Eletrobras. Desde 12 de setembro, a perda de valor de mercado é de R$ 8,9 bilhões, incluindo nessa conta a participação do governo brasileiro. No ano, essas perdas atingiram impressionantes R$ 17,3 bilhões.
O mercado teme pelo futuro da empresa, que vai ter uma perda de receita de R$ 8 bilhões ao ano com a renovação das suas concessões que vencem entre 2015 e 2017.
— As ações da Eletrobras estão em liquidação total na Bolsa — afirma William Castro Alves, analista da XP Investimentos. — Um dos atrativos da empresa frente a outras do setor era distribuir dividendos (lucros pago aos acionistas). Mas nem isso teremos mais em 2013.
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Em encontro com senadores do PTB, PR, PSC e PPL, a presidente Dilma Rousseff cobrou apoio da indústria para a aprovação da MP 579.
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