Do ponto de vista do consumidor, a notícia não é tão boa quanto parece; do ponto de vista das empresas, é ruim o suficiente. A Eletrobras, se continuasse sendo remunerada até 2015 pelo valor do contrato atual, a R$ 90 o MWh, em média, receberia R$ 20 bilhões a mais do que na proposta de antecipação das concessões. Já o consumidor não terá em 2013 a queda que espera na conta.
Quem consome serviços da Light recebeu este mês a conta com o aviso de que a Aneel autorizou alta de 11,8%. Quando se comparar a tarifa média de 2013 não será 16% a menos do que este ano. Será menor, mas não no tamanho anunciado.
A Light e outras distribuidoras que compram energia de Itaipu repassarão para o consumidor o aumento provocado pela alta do dólar. A energia fornecida pela binacional é corrigida pelo câmbio. Há também o repasse do custo do uso das termelétricas. A conta é complicada.
Não é difícil entender por que o valor das ações da Eletrobras evaporou. Os executivos da estatal abriram mão de bilhões em receita. A Moody’s ontem rebaixou o rating da companhia, entre outros motivos, porque a geração de caixa nos próximos anos não será suficiente para cobrir custos operacionais.
A empresa que fizer a renovação tem a vantagem de assegurar mais 30 anos de contrato, mas aceita receber um valor bem menor daqui até lá. Foi o que fez a ação despencar. Inúmeros sócios venderam os papéis; o custo para o Tesouro aumentou, será necessário um aporte na empresa que ontem teve sua dívida rebaixada.
Para que a conta de luz caia, o Tesouro terá que injetar dinheiro — o nosso — na Eletrobras.
Leia a íntegra em As contas da conta de luz
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