sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

NEGÓCIOS INTERNOS

Dora Kramer, O Estado de S.Paulo

O antropólogo Roberto Da Matta faz uma indagação precisa no fecho de seu artigo ontem no Estado: É o jornal que forma a quadrilha ou é a quadrilha que faz a notícia do jornal?

Desde Roberto Jefferson e seu revide que virou processo e resultou em condenações, todas as agruras vividas pelo governo foram produzidas no departamento de negócios internos e em si já desmoralizam o velho truque de culpar o mensageiro pelo desagradável conteúdo da mensagem.

Desnecessário repetir a lista longa e sobejamente conhecida de exemplos. À imprensa como culpada por tudo que de ruim envolve o nome do PT e adjacências, juntou-se agora o Supremo Tribunal Federal a compor o que genericamente é denominado de "elites" movidas pelo ódio.

Ontem Lula se pronunciou mais longamente na posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC desde os últimos acontecimentos envolvendo o nome dele.
Como sempre, não tocou no essencial, preferindo atacar um sujeito oculto desta vez chamado de "vagabundo", e anunciar que volta com força total à política em 2013.

Refugiou-se no palanque, sua zona de conforto. O "vagabundo" supõe-se que seja Marcos Valério, que não é jornalista nem ministro do Supremo, mas facilitador dos empréstimos fraudulentos ao PT e guia da antiga cúpula do partido pelas veredas da corrupção na administração federal.

A outra personagem "da hora", Rosemary Noronha, não foi posta na chefia da representação da Presidência da República por iniciativa de algum chefe de redação ou magistrado mal intencionado.

Foi de Lula a indicação e a responsabilidade sobre a manutenção da moça hoje indiciada por corrupção, tráfico de influência, peculato e formação de quadrilha. Dessa e de outras que fizeram notícia e por isso foram parar nos jornais.

Aos veículos de comunicação se atribui culpa por fazer jus à função de comunicar os acontecimentos. Ao STF imputam-se acusações de arbitrariedade por cumprir seu papel de árbitro maior da lei.

Tudo dentro dos conformes, mas o PT se revolta e agora propõe duas reformas: uma que enquadre a imprensa à concepção propagandística que partido e governo têm do jornalismo - já explicitada na proposta da criação do tal de "controle social da mídia" - e outra que "pegue" o Judiciário tido como "conservador" - sugestão ainda não detalhada por seus autores.

Leia a íntegra em Negócios internos

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