sábado, 1 de dezembro de 2012

PIB baixo expõe 'herança maldita' de Lula e de sua gerente, a atual presidente

VEJA Online


A falta de políticas consistentes para áreas cruciais da economia ao longo dos oito anos de governo Lula foi apontada por economistas ouvidos pelo site de VEJA como um dos motivos que levou o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro a apresentar a taxa pífia de crescimento de 0,6% no terceiro trimestre.

Embora tenha conduzido a política econômica de forma responsável – principalmente a monetária, menos por mérito pessoal e mais por ter relegado o trabalho ao ex-presidente do BC, Henrique Meirelles –, o antecessor de Dilma Rousseff pouco fez para elevar a produtividade e ampliar os investimentos no país.

Diante disso, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede o volume de investimento na economia doméstica, mostrou nesta sexta-feira a quinta redução trimestral consecutiva. As consequências da inação de Lula também começam a ser notadas no segmento de serviços, cuja expansão dá sinais de esgotamento graças ao "apagão" de mão de obra, isto é, a escassez de profissionais qualificados decorrente da péssima estrutura de ensino brasileira.

Em outras palavras, o PIB divulgado nesta sexta-feira é a perfeita tradução da 'herança maldita' deixada pelo ex-presidente à sua sucessora.
Ciente dos desafios estruturais que tinha para resolver, a presidente Dilma Rousseff assumiu a Presidência da República com notória disposição. O problema, dizem os economistas, é que suas opções, salvo poucas exceções, não foram nada felizes.
Grosso modo, ela optou por uma política que conjuga fechamento da economia – com controle sobre o câmbio, imposição de tarifas sobre importados, etc – com políticas de curto prazo para tentar induzir o crescimento – os chamados pacotes, como a desoneração da folha de pagamento, o IPI reduzido dos automóveis, entre outras medidas.

Também o chamado tripé macroeconômico (cambio flutuante, regime de metas de inflação e equilíbrio fiscal), que visa manter a inflação controlada, foi aparentemente abandonado. Com isso, ela tem colhido apenas perda de competitividade e redução dos investimentos.
(...)

O analista da Tendências lembra que os outros países da América Latina que não mudaram as bases de sua política econômica continuam a crescer com vigor. Nesses mercados, como o Chile e a Colômbia, a taxa investimento cresce, em média, 10% a cada ano a despeito do cenário conturbado no exterior. 

"O segredo é que eles não mudaram o sistema de metas da inflação, não deterioraram a situação fiscal, não interviram no câmbio, e também não ficam, a todo o momento, mexendo nos setores da economia", destaca.


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