O mau resultado da economia registrado pelos números divulgados na sexta-feira indica, no campo político, o esgotamento do marketing da imagem de gestora da presidente Dilma Rousseff, sem a indispensável contrapartida de realizações.
Até aqui eficiente para o eleitorado anestesiado pelo poder de consumo, a estratégia começa a perder viço político, diagnóstico reconhecido intramuros pelo próprio governo.
A anemia econômica desnuda a ineficiência gerencial que as aparências escondiam e exibe um governo sem foco e dispersivo, que age a reboque dos acontecimentos. A receita ideal para transmitir desconfiança e desestimular investidores.
Não por outra razão, a falta de confiança é explicitada na análise de cenário do Banco Central que procura explicar as más notícias.
No plano político, essa percepção produz efeito contrário: anima os atores da sucessão presidencial de 2014, antes intimidados pela popularidade da presidente, e que viam no declínio econômico uma hipótese tão remota quanto eficiente para a competitividade de suas candidaturas.
Por ser da base do governo, é a movimentação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que dá mais consistência a essa análise.
Embora ainda preso às cautelas adequadas a um aliado, ele vocaliza o diagnóstico de paralisia e o considera fator decisivo para sua disposição de concorrer em 2014.
No governo o clima é de emergência política. Repetindo seus rivais e adversários, a presidente Dilma avisou que 2013 será para mostrar serviço.
Pela primeira vez, está politicamente vulnerável.
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