Ex-chefe de gabinete em SP pediu demissão após Polícia Federal desmontar esquema de venda de pareceres de órgãos públicos a empresas privadas; levantamento do ‘Estadão Dados’ detecta origem de quem ocupa postos de confiança
Daniel Bramatti - O Estado de S. Paulo
André Dusek/Estadão
Reunião do então presidente Lula com empresários em Moçambique; Rose (ao fundo) integrou comitiva
Rosemary Noronha, uma das personagens centrais do esquema de corrupção desbaratado pela Operação Porto Seguro, foi a única funcionária não concursada da Presidência mantida em cargo de chefia após a transição de poder entre Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, mostra levantamento do 'Estadão Dados'.
Próxima de Lula, Rose, como era conhecida, sobreviveu incólume à mudança de governo na chefia de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo até ser indiciada pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro.
A ex-funcionária ocupava desde 2009 um cargo DAS 6 – reservado a secretários, chefes e diretores de departamento.
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O levantamento sobre os 6.515 servidores federais não concursados que estão em postos de livre nomeação (DAS) mostra que, quanto maior a importância e a remuneração do cargo, menor é a taxa de “sobrevivência” dos remanescentes da gestão Lula – tanto no âmbito da Presidência quanto em ministérios.
Nos cargos DAS 6, com salários de R$ 11,2 mil, 61% entraram no governo já na gestão Dilma. No caso dos DAS 1, que ganham pouco mais de R$ 2,1 mil, essa parcela é de apenas 40%.
É nos cargos DAS – sigla de “Direção e Assessoramento Superior” – que se acomodam a maioria dos servidores indicados por partidos políticos. Autora do livro 'A Elite Dirigente do Governo Lula', a pesquisadora Maria Celina D’Araujo, professora do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, detectou alto grau de filiação ao PT ao mapear os detentores de cargos de confiança no governo Lula.
Dos DAS 5 e 6, somados aos cargos de natureza especial (secretários executivos dos ministérios, por exemplo), um quarto era filiado a algum partido – desses, 80% eram petistas.
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Os dados do Portal da Transparência do governo mostram que, em relação ao começo da gestão, Dilma ampliou o número de cargos DAS (de cerca de 21,7 mil para 22,3 mil), mas, ao mesmo tempo, reduziu o número de não concursados que os ocupam (de 6.689 para 6.515).
Leia a íntegra da reportagem AQUI.
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