No POST anterior, demonstro como a ditadura chavista está prestes a dar um golpe na Constituição escrita pelos próprios bolivarianos.
Como reagirá o governo Dilma?
Em junho de 2009, obedecendo aos rigores da Constituição de Honduras, a Justiça do país cassou o mandato de um maluco chamado Manuel Zelaya.
O governo Lula classificou a ação de golpe de estado — uma mentira estúpida — e participou de uma verdadeira conspirata para instaurar a guerra civil naquele país.
A embaixada brasileira em Tegucigalpa foi transformada num circo. De lá, o palhaço incitava a “resistência” — não sem antes proteger as janelas contra a ação de misteriosos raios, disparados, dizia ele, por sionistas, que teriam o objetivo de abduzi-lo… É com essa escória que se mete o Itamaraty nestes tempos. Hugo Chávez não teve dúvida: meteu o chapeludo maluco num avião, invadiu o espaço aéreo de um outro país e tentou forçar o pouso em Tegucigalpa. Deu tudo errado. Honduras realizou eleições limpas e diretas, e o governo Lula se negou a reconhecer o resultado.
Em junho de 2012, também de acordo com a Constituição, o Senado paraguaio aprovou o impeachment do então presidente, Fernando Lugo: por 29 votos a 4. A destituição obedeceu, reitero, a todos os rigores da lei.
Aí foi a vez de o governo Dilma agir de modo pusilânime: acusou um golpe de estado, exigiu a restituição do poder a Fernando Lugo (aquele que conciliava uma penca de “amigas íntimas” com a batina) e foi além.
Dilma se juntou a Cristina Kirchner, a Louca de Buenos Aires, e ambas decidiram suspender o Paraguai do Mercosul.
Como não há limites para a hipocrisia, acusaram o país de violar a “cláusula democrática”. Ao absurdo, seguiu-se o truque sujo. Segundo as regras do bloco econômico, um novo país só pode ser admitido no grupo com a aprovação unânime dos respectivos Parlamentos dos demais membros. O Senado paraguaio se negava a aceitar o ingresso da Venezuela. Justificativa: o país é hoje, para todos os efeitos práticos, uma ditadura — o que é uma verdade inquestionável.
Com o Paraguai (uma democracia) suspenso, as presidentes do Brasil e da Argentina, ao arrepio do Tratado do Mercosul, admitiram o ingresso da Venezuela, que é uma ditadura. Esse é, certamente, o mais escandaloso vexame da política externa de Dilma.
Notem, caros leitores: os governos petistas decidiram punir duas democracias por terem deposto seus respectivos mandatários, segundo o que estabelece a Constituição de cada um deles. Assiste, não obstante, agora impassível, à tentativa de estupro da Constituição venezuelana, escrita, reitero, pelos próprios “bolivarianos”.
Não que isso me surpreenda, é bom deixar claro. É tudo compatível com a moralidade desses valentes. À democracia de seus adversários ideológicos, eles chamam ditadura; à ditadura de seus aliados, democracia. É a mesma turma que classifica de vícios as virtudes dos oponentes e de virtudes os próprios vícios.
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