O PT pavimentou sua chegada ao poder, a partir de 1980, como o grande moralista da política brasileira. Era o grande acusador, que anunciava um outro mundo, tão logo triunfasse.
O triunfo completa em 2013 sua primeira década, sem que se conheça o tal novo mundo. Ao contrário, o país, em matéria de práticas públicas, retroagiu à Velha República, também conhecida como a dos “carcomidos”, que desembocou na Revolução de 1930.
De acusador, o PT passou a acusado, com suas principais lideranças condenadas à prisão pelo STF, exibindo ao público, em matéria de lambança, tudo o que apontava (sem provar) nos adversários.
Hoje, se pode constatar que o comando petista seguia a velha lição de Lênin: “Acuse-os do que você faz”.
A farra não começou com a chegada de Lula à Presidência. Antes, já ensaiara os primeiros passos nas prefeituras que conquistara.
Exemplo mais eloquente foi o de Santo André, cujo desfecho foi o assassinato do prefeito Celso Daniel, que, segundo a família, envolve gente graúda do partido.
Imagine-se o que o partido faria com uma operação policial como a Porto Seguro, que revelasse que o presidente da República misturava alcova e Estado, em prejuízo do interesse público.
Imagine-se ainda o que diria se o filho do presidente entrasse pobre e saísse rico do mandato do pai. O PT acusou diversas vezes o filho de Fernando Henrique de se locupletar às custas do poder do pai, mas foi no mandato do pai que a família de sua mulher teve um banco extinto, o Banco Nacional.
“Acuse-os do que você faz”, eis o lema posto em prática. Brizola chamava o PT de “a UDN de macacão”, aludindo à sua origem operária, que, a exemplo dos udenistas pré-64, adotara o denuncismo como padrão de conduta.
A diferença é que quase tudo o que a UDN denunciava era verdade e suas lideranças, com as exceções de praxe, tinham conduta ilibada.
Leia a íntegra em Feliz Ano Novo
Nenhum comentário:
Postar um comentário