O secretário de Comunicação do PT, André Vargas, reagiu com ironia ao pedido feito em público pelo ex-governador Olívio Dutra (PT-RS) para que José Genoino (PT-SP), condenado no julgamento do mensalão, renuncie a seu mandato de deputado federal. Vargas afirmou que Dutra está sendo "pouco compreensivo" com seu companheiro de partido, pois recebeu o apoio dos petistas quando o Ministério Público Federal pediu o indiciamento do então governador, em 2002, por ter se omitido na repressão ao jogo do bicho no Estado.
"Quando ele passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho, teve a compreensão de todo mundo. Para quem teve a compreensão do conjunto do partido em um momento difícil, ele está sendo pouco compreensivo. Ele já passou por muitos problemas, né?", ironizou Vargas. Dutra foi investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa gaúcha, quando foi acusado de prevaricação.
Em entrevista à Rádio Guaíba na segunda-feira, Dutra afirmou que Genoino não deveria ter assumido o cargo de deputado após sua condenação a 6 anos e 11 meses de prisão por seu envolvimento no esquema do mensalão. "Eu acho que tu deverias pensar na tua biografia, na trajetória que tem dentro do partido. Eu acho que tu deverias renunciar. Mas é a minha opinião pessoal, a decisão é tua. Não tenho por que furungar nisso", disse Dutra a Genoino, ao vivo, no rádio.
Genoino negou que tenha cometido crime. "Não fiz prática criminosa enquanto fui presidente do PT. Os dois empréstimos que avalizei estavam registrados", afirmou o deputado. Dutra também alegou que o PT sofreu com "más companhias".
O secretário de Comunicação do PT afirmou que a opinião do ex-governador é "minoritária". "De muito tempo, o Olívio Dutra tem o respeito nosso, mas tem uma visão específica dele, que não é da maioria do partido. É uma visão minoritária no partido", declarou o petista. Vargas também rebateu a crítica que Dutra fez ao "aparelhamento do Ministério das Cidades", que comandou até 2005, quando o governo cedeu a pasta ao PP. "Ele não superou a saída do Ministério das Cidades", disse o secretário petista.
(Estadão)
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