quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

BRASIL QUE FALA FINO, TANTO O GOVERNO, COMO A IMPRENSA E AS INSTITUIÇÕES EM GERAL

Oposições emitem nota de repúdio à presença de embaixador da Venezuela em ato contra o Poder Judiciário do Brasil. Ou: Uma imprensa escandalosamente omissa!

Por Reinaldo Azevedo
Com alguma frequência, lê-se na imprensa brasileira que as oposições não dão combate, que evitam o confronto com o governo, que não enfrentam o petismo. Tem sido verdade. Mas o que dizer dessa mesma imprensa?
A Caravana do Delírio de José Dirceu, que percorre o país, estacionou nesta terça em Brasília. O chefão petista vociferou à vontade contra a imprensa e o Judiciário. Estava presente ao ato ninguém menos do que Maximilien Sánchez Averláiz, embaixador da Venezuela no Brasil. É um escracho e um acinte. 
Escrevi a respeitoO texto ficou como submanchete da VEJA.com durante parte da noite desta terça e manhã desta quarta.
(Leiam trechos: 
Imaginem se o embaixador dos EUA no Brasil decidisse, por qualquer razão, comparecer a uma manifestação contra uma decisão tomada pela presidente Dilma Rousseff. Ele certamente seria chamado a dar explicações e correria o risco de ser expulso do Brasil.
Um governo estrangeiro que participe de uma manifestação pública de protesto contra uma decisão do Poder Judiciário está, na prática, se manifestando contra o Estado brasileiro, contra o Brasil.

A Câmara Distrital do Distrito Federal abrigou nesta terça uma daquelas manifestações comandadas por José Dirceu contra o julgamento do STF. Sim, trata-se de um protesto contra uma decisão da Justiça, acusada de agir de forma parcial, atendendo a interesses subalternos. 

No ato, o deputado Distrital Chico Vigilante disse em público o que os petistas costumam falar privadamente quando não estão muito furiosos: “Os jornalistas são trabalhadores, mas a gente não aceita essa meia- dúzia de canalhas que não tem o direito de nos atacar”.

Se Dilma não fizer nada, estará a dizer que governos estrangeiros podem meter o bedelho nos assuntos internos do Brasil desde que sejam, claro, aliados ideológicos.)

Por incrível que pareça, foi o único veículo de comunicação que atentou para a gravidade do caso. O embaixador de um país estrangeiro se metia numa questão interna, mais precisamente num ato de protesto contra decisão tomada pela instância máxima do Poder Judiciário. 
Quando menos, é o caso de a presidente Dilma Rousseff cobrar explicações da Venezuela, por intermédio do Itamaraty. No limite, Avarláiz deveria ser expulso do Brasil.
Os três partidos de oposição — PSDB, DEM e PPS — emitiram uma nota conjunta de repúdio à interferência de Avaláiz em assuntos internos e anuncia que vai cobrar explicações de Antônio Patriota, ministro das Relações Exteriores. Até agora, vergonhosamente, o Itamaraty está mudo.
Faz sentido, né? Samuel Pinheiro Guimarães, que foi secretário-geral das Relações Exteriores do Itamaraty entre 2003 e 2009, estava lá. Ele ainda é a eminência pardo-vermelha da política externa brasileira. É quem procurar dar alcance teórico aos delírios. 
Segue íntegra da nota.
NOTA DE REPÚDIO À INTERFERÊNCIA DO EMBAIXADOR DA VENEZUELA EM ASSUNTOS INTERNOS DO BRASIL
O PSDB, PPS e Democratas manifestam de forma conjunta seu protesto e indignação diante da interferência indevida do embaixador da Venezuela, senhor Maximilien Sánchez Averláiz, em assuntos internos do Brasil.
A presença do embaixador venezuelano em ato organizado ontem pelo petista José Dirceu, ex-ministro do governo Lula condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, para tentar desqualificar o resultado final do julgamento do mensalão, definido pelo Supremo Tribunal Federal, afronta a soberania do Brasil e mereceria o repúdio imediato das autoridades brasileiras, a começar pelo Ministério das Relações Exteriores.
Diante disso, exigiremos, no âmbito do Congresso Nacional, explicações do chanceler brasileiro, Antônio Patriota, sobre a omissão do governo da presidente Dilma Rousseff diante de um episódio de tamanha gravidade.
Brasília, 06 de fevereiro de 2012
Deputado Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB
Deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS
Senador José Agripino, presidente nacional do Democratas
Por Reinaldo Azevedo

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