Leiam trecho do que foi anunciado pela imprensa de hoje e, abaixo, confiram o que aconteceu a seguir. Trata-se de um relato da sordidez de que são capazes parlamentares do PT e do PC do B (até do PMDB), sob o patrocínio da embaixada cubana e com a conivência do Palácio do Planalto:
Por Denise Madueño e João Domingos, no Estadão Online:
A blogueira Yoani Sánchez confirmou uma visita ao Congresso nesta quarta-feira, 20, para falar de sua luta pela liberdade em Cuba. Vítima de hostilidades organizadas pelo PT e pelo PC do B, que até impediram a exibição em Feira de Santana (BA) de um filme em que ela é protagonista, Yoani confirmou presença no Congresso depois de contatos com o deputado Otávio Leite (RJ) e com o senador Álvaro Dias (PR), ambos tucanos.
(...) “Ela tem sido agredida no País e não aceitamos isso. Yoani Sánchez é uma cidadã estrangeira, dissidente do regime ditatorial cubano e que deve ter total proteção do Estado democrático brasileiro”, afirmou Mendonça Filho.
No requerimento, o deputado também pediu à PF que investigue a atuação de Augusto Poppi Martins, assessor do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), na participação de um suposto plano de espionagem e perseguição política à blogueira, em articulação com o governo de Raúl Castro.
(…)
Por Gabriel Castro e Marcela Mattos, n VEJA.com:
A blogueira cubana Yoani Sánchez foi recebeida aos berros na Câmara dos Deputados por parlamentares pró-ditadura dos irmãos Castro. Logo após chegar ao Congresso e ser recebida por parlamentares de oposição, a dissidente visitou o plenário. Lá, a sessão foi interrompida por alguns segundos enquanto Yoani cumprimentava os integrantes da Mesa Diretora. Foi o que bastou para que parlamentares defensores da ditadura esperneassem. A oposição afirma que a sessão que a cubana visitou foi convocada às pressas pela base governista para evitar que a visita da blogueira à Casa fosse transmitida pela TV Câmara.
Amauri Teixeira (PT-BA) foi o primeiro da tropa pró-ditadura cubana a se manifestar e acabou sendo chamado de “ditador nazista” por Jair Bolsonaro (PP-RJ), que ocupava a tribuna. “É inadmissível uma blogueira vir aqui atrapalhar os nossos trabalhos”, esbravejou o deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA). “Vamos votar logo, deputado”, gritavam outros parlamentares, que tentavam desviar o foco de Yoani. A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-BA) disse que o episódio criava um “incidente diplomático” e abria um “grave precedente”: “Amanhã eu vou trazer um blogueiro da Bahia aqui”, disse.
Na entrada da sala onde a convidada participou de um debate com os deputados sobre liberdade de expressão, manifestantes pró e contra o regime autoritário cubano travaram um embate verbal. Mesmo com o acesso ao local controlado por seguranças, três manifestantes contra Yoani que tiveram acesso à sala tentaram impedir a audiência aos gritos.
Sem se exaltar, a dissidente cubana respondeu de forma elegante aos protestos de deputados defensores da ditadura cubana, minutos antes: “O parlamento do meu país tem uma triste história: nunca disse não a uma lei. Nunca viu um debate como hoje, aqui, com diferenças e contraposições. No meu parlamento isso é impossível”, disse Yoani.
“Cuba não é um partido, não é uma ideologia, não é um homem. É plural, diversa, com muitas cores. E estamos lutando para que essa Cuba plural possa ter um marco legal de direito e respeito, para que todas as ideias se manifestem como temos visto que se manifestam no Brasil”, afirmou a blogueira, em um curto pronunciamento.
Yoani Sánchez também disse que criou seu blog apenas para contar o dia-a-dia do que via em seu país. “Quando abri Generación Y, não pensei que a minha vida ia mudar tanto. Por que um blog traria com conseqüências a vigilância policial, a satanização pública através da propaganda oficial?”.
Além de parlamentares de PSDB, DEM e PPS, estiveram presentes na audiência deputados do PP, do PSD, do PR e do PV. Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR), Pedro Taques (PDT-MT) e Eduardo Suplicy – único petista – também compareceram. Alguns parlamentares pediram desculpa à cubana pelas agressões verbais que a blogueira sofreu em solo brasileiro.
Antes de ouvirem Yoani, os deputados assistiram ao documentário Conexão Cuba-Honduras, do cineasta Dado Galvão. As imagens mostram como a jornalista é vítima, em Cuba, com intimidações e agressões financiadas pelo governo ditatorial.
Interrogatório
Dois parlamentares, nada interessados em saber as condições de vida de Yoani em Cuba, trataram de interrogar a convidada:
Glauber Braga (PSB-RJ) foi mais longe: perguntou se ela defendia a libertação de cinco cubanos presos nos Estados Unidos por espionagem. E ainda quis saber quem financia as viagens que a blogueira tem feito.
De forma tranquila, Yoani respondeu: defende o fim do embargo e a libertação dos presos para que o regime cubano tenha menos razões para justificar o próprio fracasso e desviar o foco da falta de democracia na ilha. Disse que é contra as violações supostamente praticadas em Guantánamo. E ainda explicou, detalhadamente, de onde vieram os recursos de suas viagens – de doações espontâneas e entidades como a Anistia Internacional.
(...)
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