O eleitor obedeceu de maneira submissa a uma das determinações de Lula, a outra seria a de votar em Dilma para ocupar a cadeira que, na verdade, continua sendo sua, no que também foi atendido, e colocou ampla maioria governista na Câmara e no Senado.
Sim, a maioria folgada dos votos em Renan Calheiros para a presidência da casa é da responsabilidade do eleitor que quis assim, ninguém é forçado a vender voto ou se submeter à vontade de nenhum poderoso.
Mas os poucos eleitos que costumam se opor àquilo que contrarie a Lei, a ética e o bem-estar da população tentam reagir como podem.
Somam-se a eles milhares de brasileiros que não se rendem aos discursos de palanque nem às imposições de soberanos.
Já somos TREZENTOS MIL cidadãos exigindo um Senado Ficha Limpa!
Leiam o que escreve Reinaldo Azevedo:
Taques vai perder para Renan daqui a pouco. Vejam por que há nisso algumas vitórias
É claro que o senador Pedro Taques (PDT-MT) vai perder a disputa pela Presidência do Senado para Renan Calheiros (PMDB-AL). Mas isso está longe de ser o mais importante. A vitória já está dada: haver, ao menos disputa. O fato de uma parcela dos senadores se rebelar contra o candidato oficial é a boa notícia — muito especialmente quando ele tem a ficha de Renan.
PSDB (11), PDT (5), DEM (4) e PSOL (1) anunciaram o voto em Taques. Espera-se que os peemedebistas Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE) também recusem o nome de Renan. O PSB decidiu que seus quatro representantes não votarão no peemedebista, mas não anunciou apoio a Taques. Se todos esses se juntarem, o senador por Mato Grosso pode chegar a 27 votos — um terço do total de 81.
Os entusiastas de Renan falam em até 70 votos porque apostam nas traições. O PMDB tem 20 senadores — 18 devem estar garantidos para o parlamentar de Alagoas. O PT conta com 12. Só essas duas legendas já garantem 30 votos para o candidato peemedebista.
Haverá traições na oposição? Possível é. Vamos ver. Renan, já informei aqui, é figura influente no Senado, e seus amigos se distribuem por todas as bancadas. Há corações tucanos e democratas que batem por ele. No próprio PDT, que está na base do governo, havia quem preferisse que o colega de partido ficasse fora dessa.
Nos seus vitupérios contra a imprensa, Rui Falcão deixou claro que os partidos de oposição não incomodam o governo. Ele não gosta é da imprensa e do Ministério Público porque, disse, são as verdadeiras oposições no Brasil. Na essência, é uma tolice e uma mentira. Mas entendo o que ele quis dizer. Com as exceções de hábito, os adversários do petismo oferecem pouco combate.
Desta vez, mesmo para perder e correndo o risco de ficar fora da Mesa Diretora, as oposições decidiram dar sinal de vida. Foi uma imposição da ética, cedendo ao convite ao brio de milhões de brasileiros. Milhares, Brasil afora, mesmo sabendo que vão perder, aderiram a petição de repúdio a Renan.
As oposições precisam aprender a perder com os bons se querem, um dia, vencer.
Não é só frase de efeito. Perder com os bons significa dizer o que tem de ser dito e fazer o que tem de ser feito. Ela também foi eleita pelo povo. E eleita para se opor. O Senado que cassou, por bons motivos, o mandato de Demóstenes Torres não pode eleger Renan presidente da Casa sob silêncio.
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