sábado, 9 de fevereiro de 2013

NOVOS BÁRBAROS EM PELE DE VÍTIMAS (ou heróis)



O jornalista Reinaldo Azevedo escreveu ontem alguns posts (às 16h1018h5820h20h55 e 21h55) sobre um texto escrito por um tal Flávio Moura, editor da Companhia das Letras, no jornal Valor Econômico. Segundo Reinaldo, ele decidiu decretar a morte de um grupo de jornalistas e articulistas que teriam sido, ele afirma com visível satisfação, vencidos pelas supostas conquistas sociais do petismo. 
E é exatamente isso que percebemos na convivência diária. As pessoas morrem de medo de manifestar qualquer opinião, aliás, há um vazio generalizado do pensamento porque até isso as pessoas temem, que suas mentes sejam invadidas pela patrulha que caça os "antipatriotas" que não estão satisfeitos com o rumo do país.
Mais seguro e cômodo, então, é não se envolver com assuntos sérios, não contrariar o que a propaganda oficial nos vende e concentrar toda a atenção no oba-oba do carnaval, em fofocas de celebridade, futebol e diversão.
Criticar o que não está indo bem no governo - diga-se PT, cada dia mais dono absoluto do Brasil, de seu patrimônio e da consciência da população - pode significar uma sentença de morte, se não literal, como aconteceu com Celso Daniel, mas a destruição moral ou da imagem de seus opositores, como fizeram com sucesso contra José Serra.
E OS MALVADOS SOMOS NÓS!
Reinaldo Azevedo afirma com propriedade, antes se calava pela força bruta agora se busca silenciar por intermédio do falso consenso. Enquanto estiveram na oposição — até dezembro de 2002 —, as esquerdas seguiram o que é, de fato, seu padrão histórico: usaram a causa da liberdade de imprensa e de crítica a seu favor. Ocorre, e isto também é de sua natureza, que não se veem como um pensamento possível entre outros.
(...)
Textos como o de Moura não seriam publicados há 10, 20 ou mesmo 30 anos porque as forças capazes de fazer esse juízo ainda não estavam no poder e não eram donas do novo consenso. Ao contrário. Era necessário fingir-se de plural para chegar ao que diziam ser o “horizonte socialista”. Os que defendíamos a diversidade de pensamento éramos obviamente úteis àqueles que tinham nessa diversidade apenas uma etapa da conquista do estado. Em outros tempos, as revoluções devoravam seus filhos de maneira cruenta, como o Saturno no quadro de Goya. Nos novos tempos, busca-se desqualificar a divergência e provar a sua obsolescência. Em qualquer dos casos, antes e agora, os altos interesses do povo e as conquistas sociais servem de maquiagem para a eliminação do adversário.
Se, nessas décadas passadas, alguém se atrevesse a pedir o banimento de um pensamento considerado divergente, haveria, por certo, protestos. O texto nem seria publicado. 
Leiam mais em OS NOVOS BÁRBAROS.

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