Agora
entendi. Há um “homem novo” na Prefeitura de São Paulo, que é Fernando
Haddad. E há também um procedimento novo. Só que ele pode matar! A
fachada de um imóvel em obras desabou na Avenida Liberdade, na noite
desta quinta Matou uma pessoa que passava na calçada.
Leio na Folha que a Prefeitura sabia do risco.
Reproduzo um trecho do texto:
“Uma
vistoria feita pela Subprefeitura da Sé no local há 10 dias mostrou que
havia perigo de a fachada do imóvel cair sobre a calçada e a rua. A
informação é da própria subprefeitura. De acordo com a gestão Fernando
Haddad (PT), o responsável pela obra foi intimado a fazer a segurança
imediata do local sob o risco de ter a obra embargada.”
Tá. Não
sei se entendi direito, mas acho que sim. O Poder Público foi lá e
constatou: “Ó, esse troço todo pode cair sobre a calçada. Dá um jeito
aí, ou eu volto e embargo a obra”. E pronto! Os homens de Haddad se
mandaram.
A coisa poderia ter parado por aí. Mas houve sequência. A
estrovenga veio abaixo e matou Marco Antônio dos Santos, de 50 anos. Ele
não tinha nada a ver com a história. Foi apenas vítima da
irresponsabilidade alheia — de quem tocava a reforma e do poder público.
Na TV,
diga-se, ouvi a fala de um representante da subprefeitura. Afirmava,
eloquente, que o prédio parecia uma casca de ovo, só com a estrutura
aparente; lá dentro, disse, estava tudo oco. E estava mesmo. Só que a
administração sabia.
Esse é o
procedimento de um “homem novo” na Prefeitura. Então se sabia do risco
de aquilo tudo vir abaixo — e isso significava que pessoas poderiam
efetivamente morrer —, e o Poder Público não interditou o local?
Lamento! Trata-se, quando menos, de um caso de homicídio culposo: a
Prefeitura não foi negligente com o objetivo de matar, mas a sua
negligência, é evidente, concorreu para a morte de Marco Antônio. Ao não
impedir a circulação de pessoas pelo local, a administração decidiu
correr o risco de matar. A família pode e deve pedir indenização ao
poder público.
Para
encerrar: a região em que se deu o desabamento é cercada de faculdades.
Por ali transitam milhares de estudantes. A morte de um homem, em razão
da negligência oficial, é um absurdo em si. Mas poderia ter havido uma
tragédia.
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