sábado, 23 de março de 2013

CAMPANHA PARA O PT É AMPLA E CONSTANTE

Assistam ao vídeo abaixo e tentem se convencer de que não se trata de uma campanha para o PT:



Chocados?
Pois é assim que eu me sinto. Como católica, já acompanho há tempos as publicações do site da CNBB e quase sempre me aborreço, mas chegar a esse ponto já é demais.
Algumas igrejas de minha cidade fazem campanha, sim, mas de maneira sutil. Tem padre que repete os jargões e certas versões sobre a situação política do país, nem sempre verdadeiras ou que apontem para os verdadeiros responsáveis pelas mazelas que vimos diariamente nos noticiários, mas tem religioso que só falta colocar o ex-presidente Lula no altar no lugar de Jesus.
Imagino nos grotões, o que são capazes de fazer para beneficiar o partido nas urnas.  

Se há quem se posicione a favor dos mandamentos que orientam, entre outras coisas, para não roubar (isso inclui os esquemas de corrupção) nem levantar falso testemunho (a desobediência a esse último tem sido a principal arma do discurso petista contra adversários), os religiosos que não aplaudem publicamente Lula e Dilma, como faz a maioria, estão em silêncio. Não ouço uma voz se levantando para defender a Ética e a Verdade, apenas alguns resmungos envergonhados e nem sempre contra o alvo certo.

Esse é um dos motivos para que nossa esperança se renove com o Papa Francisco, que já deixou bem claro qual é o papel da Igreja, que nada tem a ver com a instrumentalização da fé pela política, como fazem os que agora tentam manchar sua biografia, nem com a relativização do "pecado", embora perdoando os pecadores.

A ala mais atuante na igreja, no Brasil, é a mesma que declara abertamente suas preferências em período de eleições. Essa se julga a única com direito de se posicionar politicamente, como fizeram no MANIFESTO em apoio à Dilma, na campanha de 2010. Quando Marta foi candidata à prefeitura de São Paulo, em 2008, igrejas da capital também produziram panfletos que seriam distribuídos aos fiéis.

Por ironia, quando acontece o contrário, ou seja, um sacerdote ou mesmo um leigo ligado à igreja decide protestar contra as bandeiras "progressistas" defendidas pelo PT, imediatamente é convocada a tropa de choque para execrar e intimidar, como fizeram com o bispo de Guarulhos e com o Padre José Augusto. 

Os religiosos católicos receberam a orientação do então Papa Bento XVI, em 2010, que alertou sobre projetos políticos que conspiram contra a dignidade da pessoa humana, como os que contemplam a despenalização do aborto. Porém, o que teve impacto na eleição foi a escolha pela obediência aos que se consideram donos do pensamento e da vontade dos brasileiros.
E os "rebanhos" foram conduzidos para que fizessem o mesmo.



O papa Francisco alertou, IGREJA NÃO É ONG. E eu completo, NEM PARTIDO POLÍTICO.
E não é só o vídeo publicado no site da CNBB que denuncia sua afinidade com a pauta petista, suas publicações também evidenciam essa tendência. 

Infernizavam Fernando Henrique com o "Fora FHC", passo a passo com o PT, e esses protestos não eram tratados como tentativas de golpe, como falam agora das críticas ao governo petista.

Naquele momento, a CNBB era uma voz presente, mesmo que desse com os burros n´água, como na perseguição a Eduardo Jorge. Nem ao menos se redimiram pela calúnia contra o ex-secretário de FHC nem contra o próprio PSDB, de que usaria a "farta distribuição de dinheiro aos pobres", como está escrito nos documentos publicados e que se referiam aos programas sociais que já existiam, para comprar votos. Os candidatos tucanos nunca fizeram isso, como faz o PT sob seus aplausos.

Como justificar, então, a  omissão diante do populismo descarado e de escândalos como o Mensalão, Erenice e Rosegate?

(Eu insisto nos links como um exercício de memória, o grande problema do brasileiro que erra mais porque esquece do que por ignorância ou maldade).

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