"É ótima. Há um tempo essa não era nem uma questão no centro das atenções políticas", disse ela sobre o cadastro, lembrando que, no início do governo Lula, a prioridade era o Fome Zero, e não as transferências de renda alavancadas pelo cadastro. Nele estão reunidas hoje informações de mais de 23 milhões de famílias de baixa renda (algo em torno de 40% da população brasileira).
Uma ferramenta de gestão de políticas públicas, ele veio à superfície do
debate sobre o fim da miséria após uma nova expansão do Bolsa Família
realizada em fevereiro. A ação zerou o número de miseráveis no cadastro,
levando assim à erradicação da "miséria cadastrada". Com base nesse
resultado, o governo passou a usar o slogan "O Fim da Miséria é só um
Começo", provável mote eleitoral de Dilma no ano que vem. Foi o
suficiente para que a presidente e um de seus prováveis rivais em 2014, o
senador tucano Aécio Neves (MG), trocassem nas últimas semanas críticas
sobre quem afinal criou o cadastro.
"Criamos um cadastro, porque não existia cadastro. É conversa que tinha
cadastro", disse Dilma na semana passada. Aécio retrucou que Dilma
precisa "respeitar o passado" e o PSDB entrou com um pedido via Lei de
Acesso à Informação para obter dados provando que o cadastro funcionava
antes do início do governo Lula.
Para Engel, "as pessoas gostam de reescrever a história". "Antes,
ninguém dava bola para isso. Aí começaram a dar bola e todo mundo quer
ser o pai da criança. Tanto o cadastro quanto o cartão [para pagamento
de programas] foram [inventados] de 2000 a 2002 [no governo FHC]". O
decreto 3.877, de julho de 2001, penúltimo ano do governo tucano, é
claro em seu objeto: "Institui o Cadastramento Único para Programas
Sociais do governo federal".
A própria Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social, agradeceu
no ano retrasado em discurso aos "muitos que, ao longo da história,
ajudaram a construir o cadastro, como é o caso da professora Wanda
Engel".
(Folha de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário