Documentos da estatal revelam os bastidores da venda de
patrimônio no exterior – como a sociedade secreta na Argentina com um
amigo da presidente Cristina Kirchner
Diego Escosteguy, ÉPOCA
Na
quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo
argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de
Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência
de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da
história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a
Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior,
que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos,
participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado
no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera
arrecadar cerca de US$ 10 bilhões.
De tão estratégica, a Gerência
de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras,
Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do
feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o
executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda
de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA
teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as
duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900
milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa.
Apesar do
nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são
públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo
se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e,
segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as
refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela
estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais
valioso na Argentina.
Leia mais em O feirão da Petrobras
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