Publiquei entrevista da Folha que trata da instrumentalização da fé pela política, isso contado por quem reconhece que essa prática coloca Jesus em segundo plano, o que criou condições para a absurda idolatria às lideranças da dita ideologia de "esquerda" em seu lugar (essa "esquerda"da América Latina é prima do que chamam de "direita" e nada tem a ver com o socialismo escandinavo que proporciona à população a melhor qualidade de vida do planeta. No Brasil, aliaram-se a figuras como Sarney, Collor, Renan, Severino Cavalcanti, Maluf, apenas para citar alguns exemplos).
A mistificação em torno dessas lideranças latino-americanas é tão ultrajante que chegou ao ponto de Nicolás Maduro falar que “Chávez sugeriu a Deus o nome do Papa”.
Leiam o que disse:
"Nós sabemos que nosso comandante ascendeu até essas alturas (o céu), está frente a frente com Cristo. Alguma coisa influenciou para que fosse escolhido um Papa sul-americano, alguma mão nova chegou e Cristo lhe disse: chegou a agora da América do Sul. Assim acreditamos", disse Maduro durante um ato transmitido pela televisão oficial.
"A qualquer momento (Chávez) convocará uma constituinte no céu para mudar a Igreja no mundo e que seja o povo, o puro povo de Cristo que governe o mundo", acrescentou Maduro causando risada entre os presentes no ato.
Lauro Jardim já havia postado em seu blog um ato de louvor a Hugo Chávez, criação de João Santana, marqueteiro de Lula e de Dilma. O clipe, transmitido nas televisões locais, mostra imagens de forte apelo emocional e enaltece a figura de Chávez, num tom de culto religioso e de adoração divina.
A letra enfatiza a frase “Ele nascerá de novo”, comparando-o subliminarmente a Jesus Cristo. E segue com versos como “a luz que nos leva não se apagará jamais”.
Segue um trecho da letra:
(…)
Como um pássaro que volta a voar,
como uma estrela que volta a brilhar.
como um coração valente que volta a cantar,
ele nascerá de novo,
ele nascerá de novo
para avançar, avançar,
avançar com o seu povo!
(…)
A América Latina vem sendo alvo de uma tendência que busca desvirtuar os ensinamentos cristãos, uma espécie de adaptação da Palavra ao se estabeler conceitos equivocados sobre o que é ser cristão, que atendem aos interesses particulares de certos grupos e banalizam alguns valores, como o perdão, que muitos confundem com direito à impunidade.
Sabemos agora que o Papa Francisco é um crítico da Teologia da Libertação, justamente pelos motivos citados acima.
Considerado "medieval" pela presidente Argentina, percebemos um movimento de certa militância latino-americana contrária ao seu pontificado, simplesmente porque Francisco acredita na dedicação aos pobres com medidas práticas, não o populismo que perpetua a dependência e a miséria; porque defende o caminho da paz, não o estímulo à violência com o pretexto de lutar por Justiça, como fazem os que comandam os grupos sociais radicais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST); porque prioriza a evangelização que agrega, ao contrário da luta de classes que promove a discórdia; porque prega a Palavra de Deus, não o discurso do ódio de certas lideranças políticas que dividem e estimulam o confronto entre os diferentes.
Essa militância é a mesma que já teve, e muitos ainda têm, como ídolo um assassino asqueroso, um defensor fanático do ódio que, segundo o que se lê sobre suas ideias, deve “fazer do homem uma eficiente máquina de matar”. Che Guevara é o símbolo dessa militância que não vê com bons olhos a liderança de Francisco que orienta a Igreja a louvar outro "jovem", Jesus.
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