A arte de Antonio Lucena
O PIB caiu, a inflação dispara, a violência está sem controle, as filas dos hospitais aumentam, a faxina ética saiu de cartaz e até a natureza conspira contra Dilma: a seca castiga o Nordeste, os baixos níveis dos reservatórios provocam apagões de energia elétrica e a falta de investimentos resultam em tragédias, como as da Região Serrana fluminense, para as quais a presidente propôs “medidas drásticas”, não contra os responsáveis, entre os quais ela é a principal porque está no comando, mas “contra os que insistem em ficar nas áreas de risco”, como se tivessem a possibilidade de escolha.
UFA!!! O parágrafo ficou grande, mas ficou faltando muito resultado ruim, faltou nossa colocação no IDH, o nível vergonhoso da educação, o endividamento das famílias, a corrupção, e muito mais que o PT esquece, mas nós lembramos.
O número de mortos pelo temporal que abateu Petrópolis chegou a 33 semana passada, mas foram milhares nos últimos anos em todo o Brasil, passa de mil só no Rio de Janeiro e pelo menos mil pessoas ainda estão desabrigadas, apenas nesse episódio.
Ainda na Itália, Dilma sugeriu que é preciso agir com rigor, essa é uma das caracteríscas elogiadas por quem aprova seu governo, não com os que têm sido relapsos esse tempo todo, mas com as famílias que não querem sair das áreeas de risco.Na prática, ela os culpou pela própria tragédia. Se não houve investimento para remover essas pessoas, Dilma quer o que, então? Como vai tirar à força quem não têm para onde ir? Quer que todas essas pessoas morem nas ruas?
Reportagens estarrecedoras mostram as péssimas condições das casas e apartamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida. Casas com rachaduras. Casas inundadas. Casas afundando. A situação ocorre no Rio e em todo o Brasil.
Leiam sobre a dúvida de Dilma: “Se o camarada Stálin esvaziou a Chechênia inteira, por que a gente não consegue tirar à força alguns milhares de seus barracos?”
O quadro é desanimador. Em Teresópolis, apenas para citar um exemplo, em relação às 1.655 unidades habitacionais que seriam construídas pela parceria entre governos estadual e federal, segundo a secretária municipal de Desenvolvimento Social de Teresópolis, Maria das Graças dos Santos, depois de dois anos, a informação é de que a obra ainda vai começar.
Uma pesquisa mínima, neste blog mesmo, basta para verificar que faz anos que o governo só promete e nada faz. Nem para o Nordeste, que assiste à pior seca dos últimos 40 anos - o desgoverno popular, com mãe do PAC e tudo, não foi capaz de concluir a obra do rio São Francisco, cujo projeto já estava concluído e aprovado ainda na gestão FHC. Do mesmo modo, o desgoverno não investiu para evitar tragédias com enchentes nem para atender as vítimas.
Enquanto no Japão a rodovia que liga Ibaraki a Tóquio, destruída no tsunami de 2011, demorou seis dias para ser reconstruída, as pontes da região serrana continuam implorando por socorro há quase mil dias, informam os jornais.
A Folha de São Paulo informou que só um terço da verba federal reservada para a prevenção e resposta a tragédias relacionadas à chuva foi gasto ano passado.
Estão retidos nos cofres recursos que deveriam ser destinados para salvar vidas.
Leiam:
Mesmo com mais dinheiro disponível para a prevenção e resposta a tragédias relacionadas à chuva, o Brasil segue com dificuldade para executar essas tarefas. Só um terço da verba federal reservada para esse objetivo foi gasto ano passado, situação causada principalmente por entraves burocráticos com Estados e municípios no repasse dos recursos e elaboração de projetos.
Estão retidos nos cofres recursos destinados diretamente para Petrópolis
(RJ),... Essas
verbas foram anunciadas em 2011, quando as chuvas mataram mais de 900
pessoas na região serrana do Rio -71 em Petrópolis. Segundo balanço do
governo do Rio, apenas quatro obras de contenção de encostas na cidade
foram entregues, no valor de R$ 4,7 milhões.
(...)
(...)
Em todo o país, dos R$ 5,7 bilhões autorizados para programas relacionados a desastres, só R$ 1,9 bilhão (33%) foi pago em 2012. A verba estava reservada para tirar do papel obras preventivas como construção de barragens e sistemas de contenção de cheias, além de mapeamento de áreas de risco.
(...)
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