Dilma perde o senso de ridículo e emite nota sobre as viagens de Lula, o lobista. É o fim da picada!
Reinaldo Azevedo
A
presidente Dilma Rousseff perdeu o senso de ridículo e divulgou uma
nota sobre as viagens de Lula custeadas por empreiteiras. E olhem que
ainda não tinha vindo a público a informação de que isso não sai a custo
zero aos cofres brasileiros, não. O Babalorixá de Banânia, embora não
esteja representando oficialmente o Brasil, recebe das embaixadas no
país no exterior tratamento de chefe de estado, com deslocamento de
diplomatas e coisa e tal.
Pois bem.
Quando Dilma divulgou a nota — e ela é presidente da República, pombas!
—, tratava-se apenas de uma reportagem sobre um ser privado chamado Luiz
Inácio Lula da Silva. O que a presidente tem com isso? Ex-presidente da
República não é governo, ora essa!
Os dois são do mesmo partido, é
fato; ela o sucedeu, também é fato. Mas isso não a obriga e menos ainda a
autoriza e emitir nota. E ainda em tom todo indignado: “Eu me recuso a
entrar nesse tipo de ilação sobre o presidente Lula. O presidente Lula
tem o respeito de todos os chefes de Estado da África e deu grande
contribuição ao país nessa área”. Pode se recusar! Até então, que saiba,
ninguém havia pedido a sua opinião. Ainda bem que a imprensa é livre,
né?
Ele já é bem grandinho, tem uma equipe imensa à sua disposição, porta-vozes em penca e pode falar por si mesmo.
Dilma
agora deveria soltar nota oficial em nome da Presidência da República
explicando por que o Brasil arca com parte dos custos das viagens do
lobista Lula. Ou estará ele acima das leis, além de estar, segundo
querem os petistas, acima das reportagens?
Nós pagamos parte das despesas geradas pelo lobista Lula
Nós pagamos parte das despesas geradas pelo lobista Lula
Luiz
Inácio Apedeuta da Silva é hoje um misto de líder
político e lobista muito bem-sucedido. O que o distingue de Zé Dirceu é
uma condenação em última instância por corrupção ativa e formação de
quadrilha. Eles têm dimensões distintas, é certo, mas, hoje em dia, a
mesma profissão.
Não é só
ex-presidente que gera despesas ao Estado. Estas estão previstas em lei:
oito funcionários entre motoristas, assessores e seguranças. O lobista
Lula, revelam Fernando Mello e Flávia Foreque na Folha de hoje, também
gera custos aos cofres do Estado. Suas andanças mundo afora como
facilitador de negócios de grandes empresas, pesam no bolso dos
brasileiros. Leiam trecho da reportagem:
O governo
brasileiro também teve gastos com as viagens privadas ao exterior feitas
pelo ex-presidente Lula. Ontem, a Folha revelou que 13 de suas 30
viagens ao exterior após sair do cargo foram bancadas por empreiteiras
com interesses nos países visitados, conforme telegramas obtidos via
Itamaraty. Em parte dessas viagens, Lula recebeu apoio de embaixadas,
por meio de funcionários locais ou diplomatas enviados do Brasil para
acompanhá-lo. Há também pagamento de almoços e aluguéis de material para
a comitiva. Segundo advogados e procuradores da República, gastos não
previstos na legislação podem gerar ações para ressarcir os cofres
públicos.
A lei que
trata dos direitos de ex-presidentes não prevê apoio diferenciado no
exterior —como no Brasil, são previstos oito assessores pagos pelo
governo, como seguranças e motoristas. Mas a tradição diplomática
costuma considerar isso uma cortesia. Em algumas viagens de Lula ao
exterior, o Itamaraty designou diplomatas do alto escalão para
acompanhá-lo. Foi o que ocorreu em viagem de Lula a Moçambique e África
do Sul, em 2012, quando o embaixador Paulo Cordeiro, subsecretário-geral
para África e Oriente Médio, foi o encarregado da tarefa.
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