O PT abandonou a Comissão que sempre carregou como uma de suas bandeiras, a de Direitos Humanos, para ceder o lugar ao partido do pastor que virou o centro das atenções hoje no Brasil. O mesmo pastor que orientou seus seguidores a votarem em Dilma em 2010 e que se elegeu com o apoio do PT.
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Vinicius Sassine e Isabel Braga, O Globo
A “petulância” do PT e o aval da presidência da Câmara a “baderneiros” estão por trás da condução e permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos, na visão do próprio parlamentar, expressa em entrevista ao GLOBO.
O discurso de Feliciano, que protagoniza há um mês e meio uma crise com reações contrárias em cadeia ainda sem precedentes neste ano, ajuda a responder a uma pergunta: o que explica, afinal, a indicação de um pastor acusado de racismo e homofobia para a presidência de uma comissão que defende as minorias há quase duas décadas? Feliciano menciona a quebra de um acordo partidário e a interferência de petistas como embriões do que se vê hoje.
— O combinado aqui na Casa, o acertado com o governo, era que o nosso partido ia ficar com outra comissão, a de Fiscalização. Era um acordo com o PT e acordo nessa Casa se quebra. Sobrou a Comissão de Direitos Humanos, que caiu no colo do PSC. O PT disse que o PSC não faria certo se me indicasse. Meu partido achou uma petulância eles quererem mandar na indicação. E aí o partido analisou todo o meu perfil — afirma Feliciano.
O deputado costuma contar uma história — reverberada por seus assessores — que simplifica ainda mais a explicação sobre sua ascensão à presidência da comissão.
Leia mais em Feliciano: ‘Sobrou a Comissão de Direitos Humanos’
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