Crime de incentivo ao ódio – mais adequado que “fobia”, que indica apenas medo ou aversão a alguma coisa - não é seguramente o que o deputado-pastor Marco Feliciano praticou. Mas é o que a militância tem praticado contra ele.
Feliciano, por mais despropositados que se considerem os seus conceitos, não fez mais que emiti-los a título de opinião: é contra o casamento gay e considera o homossexualismo uma prática condenável do ponto de vista moral e religioso.
Crime de opinião? Ora, isso não existe em democracia, que permite que cada qual tenha a sua e a emita, seja majoritária ou não, razoável ou não. É apenas uma opinião.
Incitação ao ódio é outra coisa. E é exatamente o que a militância anti-Feliciano tem feito. Em vez de enfrentá-lo no terreno em que se sentiu desmerecida – o do debate -, optou pelo linchamento público.
Até o seu local de trabalho, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, foi invadido e ele fisicamente ameaçado, além de alvo de múltiplos impropérios.
E há ainda as redes sociais, onde o que se diz de mais ameno contra ele é que seria o próprio Satanás. Lá, sim, há abundantes incitações ao ódio e à violência física contra o deputado-pastor - e não há quem se escandalize com isso.
Isso, sim, é crime – e ultrapassa em léguas a liberdade de expressão.
Mas o que interessa aqui não é a figura de Feliciano. A rigor, é o que menos importa, pois ele é simplesmente a bola da vez, que já foi a blogueira cubana Yoani Sánchez e amanhã pode ser qualquer um que divirja de uma palavra de ordem da militância.
A tentativa de puni-lo põe em risco não apenas a liberdade de expressão, mas também a liberdade religiosa.
As práticas que Feliciano condenou são também condenadas – e pelas mesmas razões, ainda que eventualmente emitidas com palavras mais sofisticadas – pelas três maiores religiões monoteístas do planeta: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Por que a militância não bate às portas desses templos para transmitir o mesmo repúdio que reserva a Feliciano? Por que não prepara, para julho próximo, quando da visita ao Rio do papa Francisco, recepção equivalente, já que ele endossa os fundamentos que estão sendo rejeitados?
As práticas que Feliciano condenou são também condenadas – e pelas mesmas razões, ainda que eventualmente emitidas com palavras mais sofisticadas – pelas três maiores religiões monoteístas do planeta: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Por que a militância não bate às portas desses templos para transmitir o mesmo repúdio que reserva a Feliciano? Por que não prepara, para julho próximo, quando da visita ao Rio do papa Francisco, recepção equivalente, já que ele endossa os fundamentos que estão sendo rejeitados?
Simples: porque as agressões a Feliciano servem a vários propósitos colaterais – e ele, além disso, é um alvo indefeso.
Não se trata apenas de repudiar suas opiniões, que, antes do linchamento em curso, chegavam a pouca gente, mesmo dentro da comunidade evangélica.
Ele se tornou cortina de fumaça para ocultar a presença – essa, sim, escandalosa – de dois condenados em última instância pelo STF, na linha de frente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a mais importante do Legislativo: João Paulo Cunha (presidente) e José Genoíno, ambos do PT.
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Por fim, convém lembrar que há um profeta pouco valorizado (o que é uma injustiça) dentro do Palácio do Planalto: o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
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Por fim, convém lembrar que há um profeta pouco valorizado (o que é uma injustiça) dentro do Palácio do Planalto: o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Ano passado, ele fez duas previsões já materializadas: que, em 2013, “o bicho vai pegar” e que o PT começará a romper com os evangélicos, até aqui um de seus mais importantes redutos eleitorais. Pois é. Que novas surpresas nos reserva a agenda de 2013?
Leia mais em O profeta Gilberto Carvalho
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