quinta-feira, 11 de abril de 2013

Vendas no varejo brasileiro caem 0,4% em fevereiro--IBGE

(REUTERS)

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira


Mulher acompanhada da filha examina máquina de lavar em loja de São Paulo. As vendas no varejo brasileiro tiveram queda de 0,4 por cento em fevereiro ante janeiro e, sobre um ano antes, caíram 0,2 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. 18/02/2013. REUTERS/Nacho Doce

As vendas no varejo brasileiro surpreenderam em fevereiro ao registrar um desempenho muito pior do que o esperado e o primeiro recuo anual desde novembro de 2003, afetadas pela inflação em alta, acendendo o sinal amarelo sobre a frágil recuperação da atividade econômica.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira que as vendas varejistas caíram 0,4 por cento sobre janeiro e 0,2 por cento sobre fevereiro do ano passado, abaladas pela demanda menor diante dos preços em alta.

"O preço foi o que freou a demanda do comércio em fevereiro e influenciou muito", explicou o economista do IBGE Reinaldo Pereira, acrescentando que a inadimplência elevada e o reajuste menor do salário mínimo neste ano também pesaram.

"Apesar da massa salarial maior e do emprego, já começamos a observar o impacto da alta de preços na demanda de supermercados, que pesa bastante no varejo global", acrescentou ele.

No acumulado em 12 meses, a inflação do país registrou alta de 6,59 por cento pelo IPCA em março, estourando o teto da meta do governo.

Analistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas subiriam 1,2 por cento em fevereiro ante janeiro, e 3,65 por cento sobre um ano antes.

"Isso acende o sinal amarelo porque o consumo é o que estava sustentando a economia. Se ele desacelerar mais, vai acabar prejudicando a produção e gerando um efeito multiplicador na economia, afetando o PIB (Produto Interno Bruto)", avaliou o economista da Austin Rating Felipe Queiroz, para quem a economia brasileira crescerá 3,4 por cento neste ano.

O IBGE também revisou os dados das vendas de janeiro sobre fevereiro, passando de alta de 0,6 para 0,5 por cento. Com isso, a expansão vista no início do ano praticamente foi revertida com a queda em fevereiro. 

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