sexta-feira, 3 de maio de 2013

BRASIL, UM PAÍS DE BRINCADEIRA


No Planalto, ninguém sabe o que fazer para que o País volte a crescer. O governo conseguiu enganar enquanto dependia das circunstâncias que o favoreciam no cenário mundial e enquanto usufruía da herança legada de governos anteriores, os que realmente conseguiram estabilizar nossa economia e fazer o Brasil avançar.

Os resultados econômicos nos dias de hoje não são nada animadores. Caem as exportações, sobe a inflação, patina a economia. A farra com dinheiro público não tem limites, mas não tem arrecadação que sustente isso. Em algum lugar vai faltar e os primeiros setores que sofrem as consequências da gastança do (des)governo são os serviços oferecidos à população: saúde, educação, segurança e infraestrutura.

O buraco está cada vez mais fundo, mas boa parte dos brasileiros ainda é crédula (ou seriam fanáticos de uma seita que se apresenta como partido?). Os que não caíram no truque dos palanques poderiam se organizar para esboçar alguma reação, mas quando o fazem, infelizmente levam na brincadeira. Poucos se dispõem realmente a tomar alguma atitude séria e a maioria logo desiste porque tem uma militância que os ridiculariza e sua insegurança fala mais alto.

São variáveis demais que acabam sendo indevidamente relegadas, a não ser quando as pessoas sentem no próprio bolso, só assim começam a perceber que algo está errado e as certezas no espetáculo de ilusionismo se fragilizam diante da realidade. Exceto para os marqueteiros do governo, que continuam com suas campanhas bilionárias.

Leia o artigo do jornalista e embaixador Pedro Luiz Rodrigues.
Trecho abaixo:

Sabe lá Deus o quê!

Por Pedro Luiz Rodrigues

O Brasil vive um daqueles momentos decisivos, quando o que se faz ou se deixa de fazer, definirá o país que teremos daqui a vinte ou trinta anos.

Vamos ficar sérios, buscar inspiração em países como a China, ou devemos nos contentar em prosseguir com o show de patinação em que se transformou nossa economia?

O espetáculo é bonito, as acrobacias e declarações arrancam aplausos da plateia, mas não é como o futebol, não há gol, não se avança, apenas desliza-se de um lado para o outro, sem rumo, sem direção.

Na animada gestão do Presidente  Lula (2003-2010), o Pais cresceu cerca de 4% ao ano.  Em 2010, então, ano eleitoral, nem falar; o PIB registrou expansão de 7,5%, o melhor resultado em um quarto de século.

Os crédulos engoliram a propaganda eleitoral com casca e tudo. Segundo os marqueteiros oficialistas, Lula comandara  uma importante  etapa de transição e deixava o País pronto para entrar numa outra fase, de crescimento acelerado e sustentado.  Balela!

Tudo se passava como no mundo de Harry Poter. O mago-chefe fala, e pronto, as coisas acontecem, os circunstantes se curvam admirados e respeitosos. Mas no mundo do real não há varinha mágina, é preciso organização, planejamento, capacidade de execução, qualificação técnica. É tautológico, mas não se vai para frente sem se ir para frente.

Em nenhum documento oficial da época faz-se menção a uma importante modificação na estrutura demográfica brasileira, que foi o declínio – relativo e absoluto – do número de trabalhadores à procura do primeiro emprego.  A partir de 2004 deixa de existir a histórica oferta ilimitada de mão-de-obra. A nova situação pressiona os salários na base da pirâmide e produz forte impacto redistributivo. Essa é a verdadeira causa do aumento do poder aquisitivo da classe C, cuja consequência foi incorporar mais de oitenta milhões de brasileiros ao mercado de consumo.

Sempre foram minimizados, também, os efeitos positivos sobre a economia resultantes do verdadeiro choque se preços das commodities, a partir do final de 2003, resultante do crescimento da demanda chinesa.  As estatísticas estão aí, para mostrar o forte crescimento dos setores do agronegócio e da mineração, o que entre outros benefícios permitiu a acumulação de importantes reservas cambiais.

A Presidente Dilma pode convocar sua equipe ministerial, fazê-la sentar à sua volta, passar-lhe descompostura das mais vigorosas, dizer-lhe que assim não dá, que assim não é possível, e que a bilionária publicidade oficial – que ocupa vastos horários da televisão e do rádio, com sua incansável lenga-lenga de que mudamos, de que estamos prontos para o salto definitivo em direção a não se sabe o quê – cada vez convence menos gente.

O fato é que o País já vai entrando no terceiro ano de crescimento para o lado, como que prognosticando mais uma década perdida. 
(...)

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