Índios não querem mais apito, querem grana, e ameaçam incendiar Belo Monte
Os índios decidiram nesta quinta-feira (30) que darão continuidade a invasão nos canteiros de obras de Belo Monte, desobedecendo, assim, o prazo estipulado pela Justiça Federal para que deixem o local. Desta forma, eles continuam em Vitória do Xingu, sudoeste do Pará.
Os índios passaram a exigir "compensações financeiras" pela obra depois que ONGs estrangeiras iniciaram uma "campanha" para que eles fosse transformados em "sócios" do empreendimento.
A liderança Munduruku garante que o grupo pretende incendiar caminhões e a sede do escritório do Sítio Belo Monte para protestar contra a obra. Por isso, homens da Força Nacional já foram enviados ao local. Segundo o consórcio construtor da usina, os índios apreenderam dois caminhões da empresa e encheram os veículos de papel e folha de bananeira.
“Não tem muita coisa que possamos fazer. Isso é uma coisa de polícia, de justiça. Se eles atearem fogo, vão ter que responder à polícia”, explicou a assessoria da empresa. Além da Força Nacional, homens da Polícia Rodoviária Federal e da Rotam também estão no canteiro
Até ministro da Justiça ameaça PF por cumprir o dever de expulsar invasores
Até o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) se associou aos críticos da ação da Polícia Federal, nesta quinta-feira, e ameaçou os policiais com investigação de suposto "abuso de poder".
A PF recebeu ordem da Justiça para assegurar a desocupação de uma fazenda invadida ilegalmente por índios terena em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, e foram recebidos com violência.
Após treze anos de questionamento, a Justiça concluiu que a área é particular e não pode ser objeto de cobiça dos índios.
Os policiais insistiram em negociar uma desocupação pacífica, mas os invasores reagiram com violência, inclusive a tiros. As forças policiais usaram balas de borracha, mas um índio acabou atingido no abdôme por um tiro, e morreu. Quatro policiais ficaram feridos, um deles por um tiro de rapão na orelha. Duas armas artesanais e uma espingarda, de índios, foram apreendidas. As armas dos policiais serão periciadas também.
O site de notícias Campo Grande News informou que um grupo de invasores fala em “justiça com as próprias mãos” e garante que um policial ou o fazendeiro Ricardo Bacha será morto para pagar pelo “assassinato do guerreiro Oziel”, referindo-se ao índio Oziel Gabriel, morto no confronto.
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