terça-feira, 21 de maio de 2013

INVERSÃO NO CENÁRIO MUNDIAL QUE FAVORECIA O BRASIL E ILUDIA NOSSO POVO

Queda das commodities sugere fim de ciclo de crescimento na AL

BBC Brasil
Soja / Reuters

A queda no preço internacional das commodities, que está em seu nível mais baixo desde a metade do ano passado, vem criando incertezas quanto à manutenção do progresso econômico na América Latina, cujo crescimento entre 2002 e 2012 dependeu fortemente do valor elevado dessas matérias-primas.

Só neste ano, o preço da prata caiu 23%, o do cobre, 12%, e do ouro, 17%. Já a cotação do minério de ferro caiu pela metade, o barril de pétroleo se mantém abaixo dos US$ 100 (R$ 200) e a soja já viveu tempos melhores.

Os preços atuais de algumas matérias-primas – tanto produtos primários energéticos (petróleo e gás, por exemplo) quanto metais industriais (cobre, alumínio) e produtos agrícolas (soja, trigo) – equivalem a um terço da cotação recorde alcançada há cinco anos e ainda se mantêm abaixo dos preços de 2010 e 2011, período durante o qual a economia mundial começou a se recuperar da crise financeira. Apesar de algumas exceções, como o milho, o impacto na economia da região é claro.

Para o diretor de matérias-primas do banco de investimentos dinarmarquês Saxo Bank, Oles Hansen, foi quebrado o vínculo que existia entre investidores e commodities nos últimos anos.

"Você não pode dizer que o chamado 'superciclo' das matérias-primas terminou, mas é claro que estamos entrando em um período em que não veremos uma escalada de preços como nos últimos anos", disse Hansen à BBC.

Esse superciclo, que começou em 2002-2003 com a plena incorporação da China no comércio mundial, resultou em um período de crescimento sustentado na América Latina.

Mas, se efetivamente estamos ao final de um período excepcional, um questionamento plausível é se nos encontramos à beira de uma nova crise.
(...)

Mas agora está havendo uma transição. A economia global ainda não se recuperou totalmente da crise que eclodiu em 2008, mas as bolsas de valores de Nova York, Londres e Frankfurt já alcançaram níveis pré-crise.
Isso significa que as commodities já não são tão preferidas como antes.



Seja pelo choque entre oferta e demanda, pela especulação ou por uma combinação de ambos, fato é que a América Latina continua a manter sua dependência histórica dos produtos primários.

No Brasil, a proporção é de 54%, ainda muito alta quando comparada com as dos países desenvolvidos.

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